O couto mineiro desenvolve-se por 3 locais distintos:
Panasqueira, onde começaram as extracções, Barroca Grande e Rio. Estes locais
distintos, também tinha distinta gente, embora todos ligados à empresa mineira.
Em 1942 surge aqui um jornal. O Mineiro era o seu
título. E foi a partir da sua consulta, que foi possível fazer um retrato
aprofundado da vida nestas comunidades. No que ao desporto respeita, e com o
futebol a ter papel de relevo, foi possível detectar que já nesta data existia
um campo em cada uma destas secções, como eram distinguidas estas localizações.
É assim que ficamos a saber que na Barroca Grande se
inaugura um novo campo (Lameirinhos), a 1 de Dezembro de 1943. Jogam os teams da Barroca
Grande com o da Panasqueira, com o rancho folclórico do Paúl a abrilhantar.
Seria este o campo que até 1971 serviria de palco ao
futebol federado que as Minas jogaram.
As manifestações desportivas são frequentes, com
jogos entre secções de diferentes núcleos, e até com as aldeias vizinhas, como
o torneio em Março de 1945 onde se englobaram as equipas das aldeias de S.
Francisco (onde se joga desde 1933), Silvares e Cebola (S. Jorge da Beira). E
em todas havia campos!
Entretanto este movimento desportivo, enérgico mas
disperso e desorganizado, levam à criação de um grupo que os congregue. É assim
que em Abril de 1943 se cria uma Comissão Organizadora do CRMP (Clube
Recreativo das Minas da Panasqueira), que haveria de obter alvará em 30
Setembro de 1944 (ver página 3 de “O Mineiro” de 8 JUN 1946).
Mas o gosto pelas actividades desportivas não se
circunscrevia apenas ao futebol. Em 1944 surge na Panasqueira um grupo de
hóquei em patins. Influência de ingleses, que pela época eram muitos no couto.
Fundado o clube recreativo, há que materializar a sua
existência com instalações adequadas. É assim que a sede do clube se instala na
Panasqueira, no espaço que era a Cozinha Económica.(O Mineiro 8 NOV 1944, pág.
1).
Ultrapassadas entretanto as dificuldades da empresa
exploradora, assiste-se a um recrudescer da actividade desportiva, com o
aparecimento de diversas equipas de ocasião, nos diferentes núcleos. Tal
entusiasmo haveria de levar à criação de um clube oficializado, que jogasse o
futebol. É assim que em 8 de Abril de 1955 (pág. 4), O Mineiro anuncia que se
aguarda a aprovações dos Estatutos.
O Jornal do Fundão de 24 ABR 1955, pág. 12:
“Nas Minas da Panasqueira, foi fundado um clube que
abrange as três secções daquela empresa, e se dedica somente a desportos.
“Clube Desportivo das Minas da Panasqueira”
Em Outubro estaria a fazer a sua estreia no
campeonato distrital de Castelo Branco.
Entretanto os entusiastas do hóquei, aproveitam os
Estatutos do CRMP, e inscrevem-se no campeonato nacional da 2ª divisão, zona
Centro, de 1953/54 (que haveria de ser anulado pela DGD).
Em Maio de 1971 (JF 23 MAI 1971, pág. 11), as Minas
passam a dispor de um novo campo. Fica Na Barroca Grande, e da sua inauguração
diz o jornal:
“ Inaugurado o campo de futebol das Minas da
Panasqueira
No passado domingo dia 16, teve lugar a inauguração
do novo campo de futebol das Minas da Panasqueira, que se situa na Barroca
Grande.
As cerimónias de inauguração tiveram início cerca das
16 horas, na presença de numerosa assistência.
Já no novo recinto desfilaram os atletas do Ciudad Rodrigo
Club de Futebol, especialmente convidado para o jogo inaugural”
O jogo que se seguiu só durou 32 minutos, tal a
violência do temporal que se abateu sobre o terreno de jogo. As Minas ganhavam
então por 1-0. A taça em disputa, foi entregue aos visitantes, num gesto de
cortesia.
ver também Notícias da Covilhã – 22 MAI 1971, pág. 11
e Reconquista – 15 MAI 1971, pág 11
A Aldeia de S. Francisco de Assis, onde também existe
ainda um campo de futebol, jogava nos anos 40 o seu futebol popular, como
informa o Jornal do Fundão em 5 MAR 1950, pág. 6.
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