Um olhar mais atento ao que se passava um pouco por todo o lado, e logo nos surge o futebol como factor atractivo. Sobretudo de uma juventude ávida de novidades. Falamos dos primeiros anos do século passado.
Foi o que
aconteceu também em Paço de Arcos, à data de 1921, uma freguesia do concelho de
Oeiras.
A 1 de Março,
como nos conta um personagem desses tempos n’Os Sports de 13 Fevereiro 1933,
surgia o Paço de Arcos Foot-Ball Club, por acção de um grupo de jovens da
povoação.
Mas já então
Paço de Arcos era sítio de veraneio, tendo uma população provisória nos meses
de verão. E um grupo destes veraneantes, ligados familiarmente a Moreira Rato,
funda também um clube. Foi o Sport Lisboa e Paço de Arcos, que só tinha
existência, como se disse, nos meses de férias. Por isso os seus integrantes
decidiram em 1926 juntar-se num só clube, e fazendo assim nascer o Paço de
Arcos Sport Clube.
Entretanto na
sede do concelho, também existiam alguns grupos de futebol, mais antigos até, e
um deles o Sporting Club Oeirense organiza um torneio a que concorrem vários
grupos populares, sendo que entre eles se vislumbram estes clubes pioneiros de
Paço de Arcos. Está lá tudo no “O Oeirense”, jornal que se publicou nos anos 20
nestas paragens, e donde lhe ouvimos estas histórias.
À época não
havia em Paço de Arcos qualquer campo de futebol. Os jogos daquele Bronze do
Sporting jogava-se no campo destes, que ficava junto à estação. Mais tarde
(1924 – ver O Oeirense 28 Dezembro), em iniciativa conjunta do Sporting
Oeirense com o Sport Clube Bombeiros Voluntários, estes tomam de aluguer um
terreno na vizinhança do Quartel da Cruz de Oeiras, com frente para a estrada
nacional, que passou a ser o local de jogos.
Por Paço de
Arcos, a partir de 1927 começa a ver-se participação no futebol oficial,
começando pela Promoção da AF Lisboa. Os jogos passaram a fazer-se no campo do
Paço de Arcos, que foi o único que dispôs. Mas a urbanização da terra,
perspectivando o mercado municipal para o local do campo, fez-lhe o confisco.
Havia que
procurar alternativa, e ela foi contratada com um proprietário local, que
impunha certas contrapartidas para alugar o terreno, mas obtida a anuência da
autarquia, o senhor morreu. Também morreu o sonho do Clube Desportivo de Paço
de Arcos dispor de um campo de jogos. Foi a inexistência deste, que originou o
fim da secção, em 1956/57. O clube participou cerca de 10 anos nas competições
oficiais, jogando por empréstimo no campo da Fundição (Oeiras).
Mas na vida
desportiva da localidade, deu-se em 1944 um novo passo para fortalecer a
componente desportiva local. À altura eram 3 as instituições desportivas da
freguesia.
O Paço de
Arcos Hóquei Clube, fundado em 1939, só pratica este desporto. Não tem sede nem
ringue de patinagem. O que existe, é de uma empresa, que lho cede.
Apesar destas
limitações, o clube sagra-se campeão nacional no ano de 43.
O Paço de
Arcos Sport Clube, que é a colectividade mais antiga (1926) tem futebol e
basquete. Dispondo de campos próprios.
O Desportivo
Académico de Paço de Arcos surgido em 1937, explora o antigo casino, e
dedica-se à natação. Já teve basquete, que deixou. É sua a melhor sede.
E são estes os
ingredientes que levam alguns a promover a fusão destas colectividades (ver Os
Sports de 9 de Junho de 1943). Tal ocorre em Agosto de 1944, a 21, após várias
peripécias e algumas assembleias-gerais. É o actual Clube Desportivo de Paço de
Arcos que surge à luz do dia, trajando com as cores escolhidas pelo fino gosto
das senhoras da terra.
bibliografia
O Oeirense
Os Sports
Boletins do CDPA
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