Lusitânia, uma equipa de Coimbra

Era uma vez uma fábrica. Esta de que falo, ficava em Coimbra. Na zona da Estação-Velha. Tinha no barro e na argila a sua matéria prima.

Chamava-se Cerâmica Lusitânia, tal qual a fábrica-mãe, que ficava em Lisboa.

Tinha centenas de empregados, muitos dos quais jovens, que sempre são entusiastas e generosos, e estes não fugiam à regra. Por isso resolveram fazer uma equipa de futebol.

Este atravessava grandes alterações competitivas, e isso motivou muitos, surgindo aqui e ali muitas equipas dispostas a mostrar o seu valor. Nascia assim o Lusitânia Desportivo Clube.

Criado o clube, logo trataram do campo, que surgiria no Casal Ferrão. Loreto era também outros dos nomes porque era conhecido. Iniciada a caminhada, várias foram as passagens pelo futebol nacional. Mas tudo tem um fim, e a 6 de Janeiro de 1957, devia o Lusitânia jogar com o Sourense, um jogo em atraso do distrital, que acabava. O Lusitânia era dos últimos, e não compareceu ao jogo. Seria a última vez que participava no futebol distrital federado.

Em 22 de Julho de 1957, publicava uma nota o jornal de Coimbra, A Voz Desportiva, que rezava:

“Na 6ª feira reuniu a Assembleia Geral do antigo clube do Loreto, e depois de largamente apreciada a situação da colectividade, a mesma assembleia resolveu dissolvê-lo.

Desaparece portanto mais um baluarte do desporto, com um passado de muito valimento, e num bairro onde absolutamente se justificava.

Admite-se no entanto, que a actividade dos seus atletas continue, mas no desporto corporativo.”