Em 42/43, e após 5 anos de ausência, reaparece no futebol o Sporting Figueirense, que ostenta vários títulos locais. Isto diz o jornal O Figueirense.
O futebol no
Ginásio também reaparecerá, e também depois de 5 anos de ausência, como relata
o mesmo jornal. O que ele não faz alusão é à razão das ausências.
Tudo se ficou
a dever à decisão da AF de Coimbra, que em 1937 decidiu extinguir a delegação
que mantinha na Figueira, e que era responsável pela organização do futebol nesta
zona. Os 2 clubes opuseram-se a tal medida (que foi leviana, como os tempos
demonstraram), e a AF expulsou-os.
A
reconciliação com o futebol (que com a AF nada se alterou), teve por princípio
um torneio a favor da Misericórdia local, e dotado da Taça Caridade.
Inscreveram-se
o Ginásio, Sporting, Naval (reservas), Fontela e Pescadores de Buarcos. Assim
anunciava o jornal que atrás citamos, na sua edição de 22 de Maio de 1943.
Posteriormente
o jornal dá conta do desenvolvimento do torneio, que viria a ter o Sporting
Figueirense por vencedor.
Na 1ª
eliminatória o Fontela venceu o Ginásio por 1-0. Jogam depois a 2ª eliminatória
o Sporting Figueirense com o Sport Clube de Lavos (a), e com o primeiro a
vencer por menor número de defesas do seu guarda-redes.
Na meia-final,
entre o Fontela e as reservas da Naval, ganham estas por 1-0.
Chega-se então
à final Sporting com Naval, que aquele vence por 1-0.
(a) – aqui
deixou de falar-se nos Pescadores de Buarcos, e apresentou-se este novel clube,
sem mais explicações. É uma imagem do jornalismo da época, entusiasta,
diversificado, mas nada rigoroso.
O Pescadores
de Buarcos Foot-Ball Club apresentou-se pela primeira vez no campo da Mata, que
era pertença da Misericórdia, e era o único verdadeiro campo de jogos existente,
embora não fosse dotado de balneários, e originasse que os jogadores
circulassem na via pública em “trajos menores”, conforme reclamavam os puristas
de então!
Mas era uma
real alternativa aos lugares antecessores, feitos no improviso, e que serviram aos
primórdios do futebol por estas bandas, com o campo do Gualdino, areal
arranjado pelos do Operário e do Sporting, que ficava na rua Miguel Bombarda, e
que mais tarde serviu aos alicerces do Hotel da Praia.
Também a
Murraceira, lugar distante e do outro lado do rio, servia, com a sua
polivalência, aos desportistas do foot e também ao pasto dos cavalos, ou de
pista aos aviões!
Pois os
Pescadores, maioritariamente formados por antigos jogadores de clubes locais,
que já há 5 anos também haviam deixado o futebol, se mostrava então aos
entusiastas, apadrinhado pela equipa da Fábrica da Fontela. Isto relata O
Figueirense em 20 Março de 1943.
Fica aqui um
pequeno retrato de uma comunidade intensa, que vivia estes tempos duma forma
entusiasta, que os seus jornais de então nos deixam espreitar!
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