Futebol Saudade

Desde que, há mais de 100 anos, se fez o primeiro campeonato de futebol em Portugal, que a "passerelle", que é a vida desportiva, viu desfilar milhares de clubes.
Uns ainda hoje existem, pujantes e vigorosos até, outros, embora perdendo protagonismo, ainda resistem. Mas muitos ficaram pelo caminho.
Passaram ao futsal, deixaram o desporto, ou fecharam mesmo as portas. É dos que partiram (e não só), que aqui vamos tentar deixar a memória.




sábado, 3 de abril de 2021

Os Guadianas são 2… ou 3.



aqui dissertamos sobre os 2 Guadianas que existiram, sendo que um deles ainda existe, e saudável.
Mas esta semana (JN 21 Janeiro 2017), ficamos a saber que “são” 3 os Guadianas.

Rectificando mesmo algo do que se diz no post primitivo (13 Novembro 2013), falemos agora do que escreve o JN.


in JN de 23 de Janeiro de 2017
Clube de Futebol Guadiana

Manuel de Melo Garrido, o homem que em 1956 publicou, em fascículos, a "História do desporto no distrito de Beja", conta que o futebol organizado em Mértola remonta a 1924 e que já nessa altura existia um "Guadiana Foot Ball Club". Tal como o atual Clube de Futebol Guadiana, fundado há 70 anos, a 1 de Janeiro de 1947, a camisola era vermelha e no emblema estava a Cruz de Cristo. (a)
Ao "Grande Rio do Sul", o clube foi buscar o nome, e às velas dos barcos do Guadiana e dos navegadores portugueses, o emblema. Em Mértola existe uma grande colónia de adeptos do Belenenses e a Cruz de Cristo levou o Guadiana a ser filial da coletividade do Restelo. Pelas suas fileiras, como jogadores e dirigentes, passaram muitas famílias e gerações. Pais, filhos, netos e bisnetos, que nos bons e nos maus momentos têm feito a história do clube. Atual chefe de gabinete do presidente da Câmara, Luís Madeira era jogador (capitão de equipa) e presidente do clube aquando da conquista do único título de campeão distrital.
A dimensão e envelhecimento do concelho dificultam a prospeção de jogadores. O exemplo é o jovem guarda-redes, João Luís Baioa, 16 anos, juvenil, que integra o plantel sénior. António Adanjo, presidente do Guadiana, lembra que "o aproveitamento dos filhos da terra sempre foi o objetivo", recordando os maus momentos vividos no início dos anos 2000, em que se "embarcou numa aventura no futsal, com muita gente de fora, que ia atirando o barco ao fundo".
Mas falar do clube da Vila Museu, como Mértola é conhecida, é falar de José Baioa, antigo futebolista e o grande entusiasta do regresso da coletividade às competições associativas nos pós-25 de Abril. Em 1945, antes da fundação, foram os "candidatos" a jogadores que construíram um campo de jogo, sem balneários, só com balizas em madeira, e que batizaram como Estádio do Calvário. Até 1973, jogava-se uma partida ou duas por ano. Jogadores e árbitros vestiam-se no velho matadouro e andavam, a pé, cerca de dois quilómetros para chegar ao campo.
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(a) – e é aqui que surge a deixa para falarmos do outro Guadiana. Efectivamente em 1924 também havia um Guadiana Futebol Clube, mas estava localizado nas minas de S.- Domingos. E era verde e branco, às listas horizontais, com calção preto.

Em 1940 filiou-se, e chegou até a ser campeão da 2ª divisão.
Depois acenaram-lhes com a fusão, e até lhes disseram que lhes iam preservar a memória, mantendo o verde branco das camisolas. Mas logo depois da fusão, deram o dito por não dito! De tal modo foi a coisa, que o contador desta parte final da história (António Martins, Roteiro da Mina), diz que o Guadiana foi vítima de burla!

Só em 1947 a vila passou a ter um clube de futebol. Clube de Futebol Guadiana, que até foi campeão em 1952/53, embora sem adversários. Está lá no comunicado oficial da AF Beja, que aqui se reproduz.
É este clube que surge nos distritais em 1947/48, e o joga até 1953/54, com uma interrupção em 1950/51.
Depois desaparece por mais de 20 anos, para ressurgir em 1974, de cara lavada e com campo novo.
Mas na vila também se tentou, logo no início dos anos vinte (1923), fazer um grupo de futebol. Não garanto que se chamasse Guadiana, mas a tentativa não passou disso, tantos foram os entraves à sua concretização. E também lá está a história, no jornal da terra, bem colocado para nos informar do caso. “A Voz do Guadiana” de 15 Outubro de 1923 (pg1).

Fica aqui a minha versão complementar com o que escreve o JN.
E de Guadianas estamos falados.

            






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