Já aqui dissertamos sobre os 2
Guadianas que existiram, sendo que um deles ainda existe, e saudável.
Mas esta semana (JN 21 Janeiro
2017), ficamos a saber que “são” 3 os Guadianas.
Rectificando mesmo algo do que se
diz no post primitivo (13 Novembro 2013), falemos agora do que escreve o JN.
in JN de 23 de Janeiro de 2017
Clube de Futebol Guadiana
Manuel de Melo Garrido,
o homem que em 1956 publicou, em fascículos, a "História do desporto no
distrito de Beja", conta que o futebol organizado em Mértola remonta a
1924 e que já nessa altura existia um "Guadiana Foot Ball Club". Tal
como o atual Clube de Futebol Guadiana, fundado há 70 anos, a 1 de Janeiro de
1947, a camisola era vermelha e no emblema estava a Cruz de Cristo. (a)
Ao "Grande Rio do
Sul", o clube foi buscar o nome, e às velas dos barcos do Guadiana e dos
navegadores portugueses, o emblema. Em Mértola existe uma grande colónia de
adeptos do Belenenses e a Cruz de Cristo levou o Guadiana a ser filial da
coletividade do Restelo. Pelas suas fileiras, como jogadores e dirigentes,
passaram muitas famílias e gerações. Pais, filhos, netos e bisnetos, que nos
bons e nos maus momentos têm feito a história do clube. Atual chefe de gabinete
do presidente da Câmara, Luís Madeira era jogador (capitão de equipa) e
presidente do clube aquando da conquista do único título de campeão distrital.
A dimensão e envelhecimento
do concelho dificultam a prospeção de jogadores. O exemplo é o jovem
guarda-redes, João Luís Baioa, 16 anos, juvenil, que integra o plantel sénior.
António Adanjo, presidente do Guadiana, lembra que "o aproveitamento dos
filhos da terra sempre foi o objetivo", recordando os maus momentos
vividos no início dos anos 2000, em que se "embarcou numa aventura no
futsal, com muita gente de fora, que ia atirando o barco ao fundo".
Mas falar do clube da
Vila Museu, como Mértola é conhecida, é falar de José Baioa, antigo futebolista
e o grande entusiasta do regresso da coletividade às competições associativas
nos pós-25 de Abril. Em 1945, antes da fundação, foram os
"candidatos" a jogadores que construíram um campo de jogo, sem
balneários, só com balizas em madeira, e que batizaram como Estádio do
Calvário. Até 1973, jogava-se uma partida ou duas por ano. Jogadores e árbitros
vestiam-se no velho matadouro e andavam, a pé, cerca de dois quilómetros para
chegar ao campo.
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(a)
– e é aqui que surge a deixa para falarmos do outro Guadiana.
Efectivamente em 1924 também havia um Guadiana Futebol Clube, mas estava localizado
nas minas de S.- Domingos. E era verde e branco, às listas horizontais, com
calção preto.
Em 1940 filiou-se, e
chegou até a ser campeão da 2ª divisão.
Depois acenaram-lhes com
a fusão, e até lhes disseram que lhes iam preservar a memória, mantendo o verde
branco das camisolas. Mas logo depois da fusão, deram o dito por não dito! De
tal modo foi a coisa, que o contador desta parte final da história (António
Martins, Roteiro da Mina), diz que o Guadiana foi vítima de burla!
Só em 1947 a vila passou
a ter um clube de futebol. Clube de Futebol Guadiana, que até foi campeão em
1952/53, embora sem adversários. Está lá no comunicado oficial da AF Beja, que
aqui se reproduz.
É este clube que surge
nos distritais em 1947/48, e o joga até 1953/54, com uma interrupção em
1950/51.
Depois desaparece por
mais de 20 anos, para ressurgir em 1974, de cara lavada e com campo novo.
Mas na vila também se tentou, logo no início dos anos vinte (1923), fazer
um grupo de futebol. Não garanto que se chamasse Guadiana, mas a tentativa não
passou disso, tantos foram os entraves à sua concretização. E também lá está a
história, no jornal da terra, bem colocado para nos informar do caso. “A
Voz do Guadiana” de 15 Outubro de 1923 (pg1).
Fica aqui a
minha versão complementar com o que escreve o JN.
E de Guadianas estamos falados.
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