Montemor e Vendas Novas
Sobre
os primórdios do futebol, começados na cidade que é a capital do distrito, já
muito se disse. Mas em muitos outros concelhos, mais pequenos embora, mas
igualmente entusiastas do jogo, quase tudo está por dizer. E foram muitos os
clubes, que aqui e ali se dedicaram ao futebol, jogando-o localmente, que os
meios eram poucos, as deslocações caras, e os de Évora também não os viam com
bons olhos! Essa é que é a verdade. Por isso que Montemor, Moura, Reguengos e
até o Redondo, tenham organizado campeonatos concelhios. Aqui e ali,
conseguiram até jogar o distrital.
Quando em 1920, o União
convenceu a câmara de Montemor (1), a fazer um campo de futebol no Rocio da
então vila, e onde até então se jogava o futebol. Criavam-se assim as condições
para a expansão do futebol no concelho.
Desde logo, o GUS, nascido em
1914, passava a ter a companhia dos Caixeiros, fundado então na terra, que
ainda via aparecer várias equipas de “formação”. Eram os INFANTIS de então, com
uma delas a abrir uma subscrição pública, para a compra de uma bola!
Pois terá sido este entusiasmo,
que transbordando para fora da vila, promove o aparecimento de novas equipas.
Vendas Novas foi um desses
locais, com o aparecimento de equipas formadas no seio da EPA (Escola Prática
de Artilharia), onde se criavam planteis no seio dos seus aspirantes, que
beneficiando da existência de campo de jogos, logo passaram a jogá-lo por todo
o lado. Quase de imediato (2) surgia aqui o Estrela Recreativo dos nossos dias.
Ao
longo da longa história do futebol, Vendas Novas, que só se torna concelho em
1962, sendo até então uma vila freguesia de Montemor, só teve 3 equipas a
jogá-lo oficialmente, embora uma delas, o antiquíssimo Estrela Recreativo
Futebol Clube, nome original, que surge em Agosto de 1920, é mais tarde reformulado
para o actual, estando à beira de fazer 100 anos!
O
campo então usado era o militar da EPA (Escola Prática de Artilharia), e o
clube fazia aqui e ali uns jogos. Mas depois as dificuldades financeiras e as
más gestões fizeram das suas, e o clube deixou de ter actividade. No início dos
anos 30 dá-se uma reformulação, o clube perde o Recreio no nome, inscreve-se na
AF distrital, constrói um campo (26 MAR 1933, Gazeta do Sul) e joga o
campeonato de 1934/35. Mas não foi muito feliz, pois os resultados foram
mauzinhos, e o clube só voltará ao futebol do distrito em 1940/41. As
dificuldades voltaram a ser muitas, e o clube empreende outra travessia do
deserto. Finalmente tenta a terceira vez em 1947/78 e embora não tenha sido
brilhante a prestação, o que é facto é que o clube se afirmou. Tanto que, logo
no ano seguinte, se fez campeão. Até hoje, sempre (ou quase), lá tem andado,
nesses palcos dos eleitos. Por 2 épocas, 12/13 e 13/14, fez um interregno de
adaptação aos distritais, a que desceu, após longos anos nos nacionais.
Fica
aqui a crónica da sua “juventude” nos futebóis de Évora.
(1)
– Folha do Sul 1 JAN 1920
-
Folha do Sul 21 FEV 1920
-
Folha do Sul 8 MAI 1920
(2)
– Folha do Sul 11 SET 1920
-
Folha do Sul 18 DEZ 1920
-
Folha do Sul 5 JAN 1921
-
Folha do Sul 17 AGO 1921
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