A primeira
associação que os jornais da cidade citam, é o Grupo Operário de Beja, que tem
sede na rua Ancha, e foi fundado em Dezembro de 1904.
Mas parece que
as suas actividades não passam pelo desporto, e muito menos pelo futebol.
As crónicas
dos sabedores do futebol na cidade, como é exemplo Manuel Melo Garrido, que
escreve um livro em fascículos, editado em 1956, a que deu o título “História
do Desporto no Distrito de Beja”, fala-nos de Manuel Gomes Palma, como
introdutor, em 1906, do futebol na cidade.
Em 1911 um
jornal local, “A Concórdia”, dava conta que um grupo de rapazes tenta criar o
Bejense Foot-Ball Club, mas a tentativa não resulta. Em 1912 chega o Grupo
Sportivo Bejense. É o “Operário”, jornal local, que o afirma em 8 NOV 1912.
Posteriormente,
“O Porvir”, jornal de Beja, diz (29 Março 1913) que este vai organizar uma
festa de benefício, a seu favor.
Parece que o
pouco entusiasmo pelo futebol deste clube, mais virado para o ciclismo, leva a
uma cisão que faz aparecer o Académico Foot-Ball Club.
É precisamente
que entre estes dois, se joga o que consta ter sido o primeiro jogo de futebol
em Beja. Bejense contra Académico, na para da de Infantaria 17.
“O Porvir” noticia em 14 Agosto 1915, que se
vai jogar um desafio entre o Águia, com o Glória ou Morte, catalogando-o como 1º
jogo do campeonato (sic), na parada interior do Regimento de Infantaria 17.
Parece que
este local era o campo da cidade, embora muitos outros sejam sucessivamente
citados.
(Convento de S. Francisco, que alojou Infantaria 17)
Mas a volatilidade dos grupos é uma constante, e logo surge outra dissidência, agora no Académico, resultando daí o Glória ou Morte.
Mas a volatilidade dos grupos é uma constante, e logo surge outra dissidência, agora no Académico, resultando daí o Glória ou Morte.
Mas as tricas
não haveriam de ficar por aqui, e logo surge o Esperança FC, agora devido a
nova dissidência no Glória!
A partir de
1915, o movimento futebolístico é grande, começando a ser citados especialmente
dois clubes. O Águia Foot-Ball Club, e o Foot-Ball Club Glória ou Morte, mas
outros surgem também. É o caso do Foot-Ball Os 11. Este, como não poderia
deixar de ser, deve o seu aparecimento a uma cisão no Águia. Mas o Onze não
ficaria imune, e a sua cisão revela o Luso.
Em 14 de
Agosto de 1915, “O Porvir” noticia que se vai jogar o 1º jogo do campeonato
(sic), na parada interior do Regimento de Infantaria 17, jogando o Águia com o
Glória ou Morte.
Mas aqui e
ali, a informação desportiva traz-nos novos acontecimentos.
“O Porvir” (16
Setembro 1916) anuncia que no dia seguinte joga-se no campo do Glória ou Morte,
um desafio pelas 18 horas e meia, que porá frente a frente as equipas do FC Os
11, com o Esperança FC. O jornal completa a informação com a constituição das
equipas, bem como a citação do árbitro.
Mas não é só
dentro de portas que se joga, nem tão pouco só com as equipas locais. Em 7 de
Janeiro de 1917, o Sporting Farense faz 2 jogos em Beja, vencendo o Águia por 2
a 0, e no dia seguinte, 2ª feira, dia de descanso do comércio, prega 13 aos do
11!
Entretanto, o recém-criado
Académico já está activo, e joga (18 Janeiro) com o Águia, perdendo por 3-0.
Este Águia desloca-se a Évora (“O Porvir” 3 Fevereiro 1917), para jogar com o
Seta FC, e um misto do Graça FC e Lusitano Eborense.
Anuncia
entretanto “O Porvir” (8 Janeiro 1921), que o Glória vai ter um campo novo,
cedido pela Câmara Municipal.
O distrito
ganha uma associação de futebol oficial em 1925, e oficial porque filiada na
União de Futebol, a antecessora da FPF.
Em 1930 ganha
a cidade, também, um verdadeiro campo de futebol, iniciativa do Luso, que dava
ao futebol de então o campo Condessa de Avillez.
Encontrava-se
finalmente, um campo que obedecesse às exigências federativas, e dispensasse o “campo”
de então, a Eira do Costa Lobo, que hoje serve de base ao hospital distrital.
Mas o
verdadeiro berço do futebol na cidade havia sido o Regimento de Infantaria 17,
que permitiu ver muito futebol na sua parada.
Hoje, esses
terrenos servem à Pousada, no Convento de S. Francisco. A parada interior do
quartel foi talvez o palco do primeiro jogo de futebol na cidade.
Surgido o Condessa
de Avillez, nova era se perfilava no futebol da cidade. Mas apressadamente,
vá-se lá saber porquê, este excelente campo é demolido, mesmo antes do campo
municipal em construção estar pronto, pelo que o futebol foi jogar-se, depois
de muita luta, para o liceu de Beja, enquanto o hoje Flávio dos Santos se não
concluía.
Mas a diáspora
do futebol na cidade, tem muitos atractivos. Desde logo, porque campos era o
que mais havia! Se não, vejamos o que vai sendo citado no livro de Melo
Garrido, de que nos vimos servindo.
A eira do pai
de Joaquim Vilhena, foi o verdadeiro primeiro campo. Ficava abaixo da Estrada
da Circunvalação, um pouco acima da Moagem dos Santos, junto à estação dos
caminhos-de-ferro.
Um pouco mais
arriscado, por causa dos polícias, era o campo do largo da Conceição, na parte
frente ao mercado de então, e agora (1956), largo dos Duques.
Mas também a
eira do Almodôvar, onde se viria a construir o bairro da Morgada da Apariça,
serviu aos “players” de então.
O largo da
Fundição, que se tornou o largo do Carmo, também serviu ao futebol de ocasião.
Sem vedações, sem balneários, mas com o aval dos jogadores de então,
entusiastas até dizer chega!
Mas não se
pense que é tudo. O Condessa de Avillez estava longe.
Um
dos que passa por ser o campo de referencia, servindo até nos primeiros
pontapés na bola, foi o campo da eira do Costa Lobo, onde hoje está instalado o
hospital. Mais propriamente na Barreira, na Mata Municipal, junto da Estrada da
Circunvalação, hoje rua Infante D. Henrique. Assim o descreve Melo Garrido.
Entretanto
o Glória também tem um campo. Foi concessão da Câmara, que lhes faculta um
espaço no campo da feira, que então ficava onde hoje se instala o liceu Diogo
Gouveia.
Finalmente
surge o campo que serviu às competições locais, antes do Luso se abalançar ao
seu recinto, o primeiro dedicado ao futebol, e já com as condições exigidas
pela Federação. Era o Condessa de Avillez, inaugurado em 1931.
Mas
o campo que o antecede, que é também concessão da Câmara (ver O Porvir) ao
Luso, que o veda e gere, ficou por incumbência da autarquia de ser cedido para
treinos aos restantes clubes da cidade. Era o campo da Quinta Pequena. Ficava
na feira, e seria o “campo” do entretanto desaparecido Glória.
Fica
assim exaltado o dinamismo associativo que imperava na cidade, impregnando-a de
um entusiasmo que fez florescer toda esta diversidade itinerante!
Mas o futebol
nestes tempos pioneiros era atracção de muitos, e espalhava-se um pouco por
todo o lado. O distrito de Beja territorialmente imenso, também aqui e ali, via
surgir clubes e competições. É o caso de Moura, que em 1927 cria um campeonato
para as suas equipas.
Mas
dissequemos a realidade futebolística desde os primórdios do século XX, até ao
futebol organizado.
1910 a 1924
As raízes do
futebol de Beja começam a fixar-se nesta época. Melo Garrido, jornalista dedicado
ao tema, fez uma súmula da história do futebol, nestas bandas, até 1956, e é
ali que ficamos a saber, que como em muitos outros lados, são os rapazes que
estudam em Lisboa, especialmente na Escola Académica ou no Colégio Militar,
quem divulga este jogo, e as suas regras.
Posteriormente,
outro jornalista radicado em Beja e daqui natural, José Saúde, fala-nos dos
pioneiros e rivais, Grupo Sportivo Bejense com o seu campo na Eira da Costa
Lobo, e o Académico Sport Clube, que estaria na origem do Glória ou Morte.
Também o sócio
nº 1 do Despertar, à data da entrevista, que dá ao Diário do Alentejo em 18
Maio 1982, nos conta a sua privilegiada experiencia.
Situa tudo no
Águia, único clube de então, e que por isso via os seus sócios a dividirem-se
em várias equipas, jogando uns contra os outros, à falta de clubes na cidade.
Obviamente que estas pelejas trazem dissidências, e por isso daqui surgem o
Infantil e o Libertário, essencialmente formados por rapazes de 15, 16 anos,
operários na sua grande maioria, e que faziam da rua a sua sede.
São estes
grupos que mais tarde, acossados pelo poderio de outros entretanto surgidos,
decidem unir-se, surgindo daqui o Despertar.
Assim nos
conta o senhor Manuel Gonçalves Peladinho, sócio 1 do clube, em 1982.
Mas também o
Luso provem de uma cisão nos Águias. Em 1915 as 3ªs categorias saem em peso, e
formam o 11 Foot-Ball Club. Passaria depois a Luso Sporting Club.
Clubes pioneiros
Neste período, já vimos citados em
diferentes ocasiões e circunstâncias, os seguintes
Grupo Sportivo
Bejense 1912
Académico
Foot-Ball Club 1912
Foot-Ball Club Glória ou Morte 1913
Foot-Ball Club
Glória ou Morte 1913
Águia
Foot-Ball Club 1914
Esperança Foot-Ball Club 1915 (1ª versão)
11 Foot-Ball Club 1915
Luso Sporting Club 1916
(16 Junho)
Despertar
Sporting Clube 1920
União Sporting
Clube 1921 (1 Maio)
Pax Júlia
Atlético Clube 1923
Desportivo
Glória Pax Júlia 1925
Infantil
Libertário
Futebol de
Beja em 1923
(ainda não havia Associação, mas já havia futebol)
Taça da Cidade
Ofertada pela
Câmara Municipal, para ser jogada todos os anos, e com atribuição definitiva à
equipa que a vença 3 vezes consecutivas. Pretende a autarquia, simultaneamente
com a animação da cidade, dar uma ajuda motivacional aos clubes da cidade, e ainda
comemorar a implantação da República
Terá sempre
início em 5 de Outubr o, e terminará
em Janeiro de 1926, com um jogo Luso-Despertar, que o primeiro vence, e fica
com a Taça, pois ganhou as 2 edições anteriores. O seu regulamento será
publicado na edição de “O Porvir” de 29 de Setembro.
Taça da Cidade
em 1924.
Nesta
competição já não participa o Pax Júlia, em processo de reconstrução, onde
entra o Glória ou Morte.
Ganha o Luso.
O Pax Júlia irá aparecer em Abril de 1925 (ver “O Porvir” do dia 11), agora
como Desportivo Glória Pax Júlia, mercê da fusão com o Glória ou Morte, donde
havia surgido, devido a uma divergência.
Mas por aqui a
volatilidade clubista é intensa. Tudo voltará à primeira forma, isto é o Pax
será novamente Atlético, e o Glória assume o nome original. É o que dirá “O
Porvir” de 15 JAN 1927.
Futebol em
1926
Anuncia-se o
último jogo da Taça da Cidade, entre o Luso e o Despertar, e diz-se que se o
Luso vencer (o que acontece por 4-2), ficará detentor permanente da Taça.
O jornal Ala
Esquerda, cita o desenvolvimento da Taça da Cidade, organização da Câmara
Municipal, referindo que a taça será entregue ao clube vencedor 3 vezes. Foi ao
Luso que coube tal honra, e meteu até sessão nobre na Autarquia.
Foi em 31 de
Janeiro, conforme relata o jornal, que é entregue ao clube o Diploma de Honra,
que o proclama “Campeão Futebolista de Beja”, sendo-lhe entregue
definitivamente a Taça Artística que constituía o prémio que vinha sendo
disputado por todos os clubes da cidade há 3 anos.
Em 11 de Março
de 1926 o jornal (O Bejense), publica uma notícia que rezava:
Associação de
Foot Ball de Beja
Acaba de
fundar-se nesta cidade a “Associação de Foot-Ball” com o fim de disciplinar e
orientar a prática do respectivo sport no distrito de Beja.
A direcção pede-nos
a publicação da seguinte nota:
- a Associação
que acaba de fundar-se, com sede na rua do Touro, 13 Beja, comunica que:
- está
assegurada a sua filiação provisória na União Portuguesa de Foot Ball
- que vai
iniciar-se imediatamente o torneio para apuramento do campeão distrital, que
representará Beja no Campeonato de Portugal.
- que já
fizeram pedido de filiação, todos os clubes da cidade, esperando a direcção que
se filiem todos os do distrito.
- que em
sessão de 2 de Março foi eleita a direcção da Associação, a que preside o
tenente-coronel António Henriques de Meneses Soares.
O jornal não
dá pormenores deste campeonato, que decorreu entre 11 de Março e 20 de Maio, e
noticia apenas que o Luso foi o vencedor (tornando-se campeão do Alentejo), e
deslocou-se a Setúbal para jogar com o Olhanense (campeão do Algarve), numa
eliminatória para o Campeonato de Portugal, tendo perdido por 5 a 0.
AF Beja
1925/26
Em 1919, um
prestigiado homem do futebol da cidade, Joaquim Monte, tentou a criação de uma
organização coordenadora das competições, mas não teve sucesso. Esse havia de
chegar em 1925. Foi a 30 de Março que finalmente se criou uma associação de
Futebol.
É mérito de
Brandão Soares e Guilherme de Almeida, dois entusiastas do futebol, a que se
juntara Silva Dias, conhecido pela sua capacidade de organização. Surgia a
regulamentação que até então não existia. Faltava o campo, indispensável para
concorrer aos nacionais, e ser a Associação reconhecida pela Federação. Aquele,
só em 1931, a
1 de Fevereiro haveria de ser uma realidade.
A cidade
ressentia-se da inexistência de um campo de jogos adequado às competições
nacionais, já que a Federação exigia recintos vedados, e a cidade não dispunha
de tal. Entretanto a câmara cede ao Luso parte do terreno da feira, no
designado Rocio, para que o clube o adapte a recinto de jogo, cedendo-o, aos
restantes clubes da cidade (ver “O Porvir” 26 MAI 1923). Será o campo da
cidade, até ao futuro Condessa de Avillez, que será construído perto do Poço
Largo (O Bejense 28 OUT 1926)
E foi então
que se organizou o I Campeonato de Beja, que teve o desenvolvimento que se registará.
A AF convoca
uma Assembleia Geral Extraordinária em Março de 1926 (ver Ala Esquerda de 11
Março), citando-se num dos pontos:
- promover
deliberações a tomar, para o apuramento do campeão distrital.
Os jogos
usualmente tem lugar ao domingo e 2ª feira (dia de descanso no comércio)
Mas não foi
pacífica a disputa desta prova. Surgiu um diferendo entre a AF e o Despertar,
com este a desistir do campeonato, mas depressa voltou a ele.
Os respectivos
comunicados lá estão no jornal que vimos citando.
Em 15 de Abril
o jornal diz a propósito do jogo Luso - Pax Júlia, que aquele venceu por 4 a 0, que o Luso com esta
vitória conquista o título de campeão oficial da AFB, e será seu representante
no Campeonato de Portugal.
Disso fala o
jornal em 13 de Maio, que dá conta da vitória do Luso sobre o campeão de
Portalegre, em jogo realizado em Santarém. Diz ainda o jornal que no domingo
seguinte à publicação, se jogaria em Lisboa o encontro entre o Luso e o campeão
do Algarve, o Olhanense.
Mas afinal
onde se jogava, sabendo-se que o “primeiro” campo surge em 1931?
Dizem as
crónicas de então, que o “primeiro” campo de jogos foi a Eira do Costa Lobo,
onde hoje se encontra o hospital distrital. Mas verdadeiramente, o primeiro
campo de jogos foi a parada do quartel de Infantaria 17, onde se jogou em 1913,
bem no início do futebol nestas paragens.
E Beja, logo
em 1915, dispunha de um jornal desportivo: era o “Sport Lisboa”
AF Beja
1926/27
A inexistência
de um recinto de jogo adequado, levou os clubes a procurar um.
É assim que o
Luso se abalança a tal, e conta com a doação de um terreno pela Condessa de
Avilez, conforme explica claramente o Ala Esquerda de 14 de Outubro de 1926, na
sua página 2.
Entretanto
seguem as démarches da AF para trazer à competição mais equipas.
Fala-se no
ressurgimento do Glória ou Morte, e no Pax Júlia, que entretanto sofrera uma
cisão. A ala dos insatisfeitos criara o Desportivo Pax Júlia. Os tradicionalistas
não gostam de tal, e após algumas démarches aqueles dão ao grupo o nome de Foot
Ball Club Glória ou Morte. Tal nome suscita reservas, mas a AF aceita,
provisoriamente, tal inscrição. Está tudo no Ala Esquerda, jornal de Beja, que
trás uma desenvolvida reportagem com um dirigente do Pax Júlia, que explica
toda a trama que envolve o clube. (Ala Esquerda 25 Novembro 1926 – ver também
13 Janeiro 1927).
Este
reaparece, e irá participar no campeonato 1926/27, cujas inscrições abrem de 16
de Dezembro a 14 de Janeiro.
Haverá de
ocorrer em simultâneo, o campeonato local e o campeonato de apuramento ao
nacional. Consequência das indefinições e algum amadorismo dos dirigentes.
Será isso que
levará á não realização do campeonato de 27/28, e um improviso em 28/29, dado o
carácter de obrigatoriedade que a FPF impõe.
Mas vejamos o
desenvolvimento da competição interna, entre protestos, jogos anulados e outras
peripécias.
o jogo inicial
(Despertar vs. Pax Júlia) foi ganho pelo Despertar (1-0). A AF anulou-o.
o jogo (Pax
Júlia vs. Glória ou Morte) acabou 5-2. a AF descontou um golo, pois o relógio
do árbitro funcionava mal, e houve mais 11 minutos de jogo…
o jogo
Pax-Despertar disputou-se a 22 de Maio, mas o jornal diz que o árbitro não
estava autorizado, e fez tantas tropelias que o jornal se recusou a dizer o
resultado! Ainda por cima, diz o jornal, o elemento era guarda-redes do Luso, e
recebia uns trocos da AF! (Ala Esquerda 26 Maio 1927). Os clubes já tinham
jogado 3 vezes entre si!
AF Beja
1927/28
As convulsões
são muitas, e os clubes não aderem muito. O campo também nunca mais é dado por
concluído, e as AF são eleitas somente por uma época. Assim torna-se difícil
gerir as competições, e nesta época, apesar de haver muitos jogos particulares,
e profusamente citados, não se realiza o campeonato.
Entretanto
surgiu em Moura uma Liga de futebol, que também organiza campeonatos
AF Beja
1928/29
A época não
difere muito da anterior. Os clubes activos são apenas 3. A AF está numa grande
inércia, mas a filiação na FPF obriga-a a indicar o seu representante ao
Campeonato de Portugal. É assim que a AF promove em Março uma reunião de
delegados dos clubes, visando fazer disputar o torneio de classificação ao
Campeonato de Portugal. Determina-se o dia 25 de Março para realizar um jogo
entre o Luso e o Despertar – o União desistira – visando determinar quem seria
o campeão local, e que a 31 desse mês jogaria com o campeão de Évora, o
Lusitano, para determinar quem seria o representante destas AF’s no citado campeonato
nacional.
O Luso vence o
jogo (1-0), após prolongamento, sendo considerado campeão de Beja.
AF Beja
1929/30
O jornal Ala
Esquerda em 31 de Outubro de 1929 dá conta das obras no novo campo do Luso, e
diz que as obras estão adiantadas, e por isso a cidade ficará dotada de
estruturas adequadas e indispensáveis para participar no futebol nacional.
Posteriormente,
a 16 de Janeiro de 1930, o jornal diz que o futebol em Beja está decadente,
onde actualmente existem 3 clubes, sendo que um, ao que consta, vai retomar a
actividade. Refere-se o jornalista ao reaparecimento do União, que se filiará
se houver campeonato na cidade, mas que tal se afigura pouco provável. E foi.
Nesta época também não houve competição.
Mas o jornal
refere que o antigo campo do Luso, se dotado de uma vedação de madeira, podia
ser uma hipótese de recolha de receita, e possibilitar um campeonato.
Perfilavam-se
novas equipas, e refere-se na notícia a criação de um novo clube: Atlético
Clube Bejense.
AF Beja
1930/31
O jornal que
vimos citando, o Ala Esquerda, diz em 18 de Setembro de 1930 que a FPF concedeu
ao Luso um empréstimo de 16 contos, para que este consiga concluir o campo,
indispensável à competição.
Finalmente a 1
de Fevereiro de 1931, o estádio Condessa de Avilez é finalmente inaugurado. O
futebol no distrito pode agora ser regularmente jogado.
O espaço era
um ferragial, perto do espaço onde se fazia a feira, e por isso também era
conhecido por Rocio das Tendas (Porvir de
25 Julho 1931)
A 26 de
Fevereiro o jornal relata as incidências do torneio de qualificação para o
Campeonato de Portugal.
9 Fevereiro –
Luso – Despertar 2-3
23 Fevereiro –
Despertar – União 3-4 (União apurado após penalidades)
Vai
realizar-se o campeonato distrital. O jornal Ala Esquerda anuncia que o seu
início será a 30 de Março. Jogarão na estreia o Despertar com o União. Mas
serão 5 as equipas concorrentes. 3 de Beja, 1 de Aljustrel, e outra das Minas
de S. Domingos.
Mas depois,
neste jornal, é o silêncio total.
(ver Ala Esquerda de 1 Outubro 1931 – historial da
criação da AF)
AF Beja
1931/32
Como surgiu um
conflito entre o Luso e o União, a AF decidiu desistir da participação no
Campeonato de Portugal, dado o tempo ser escasso para dirimir a questão.
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