Açores
– despontando para o futebol
Introdução
O
25 de Abril veio alterar a divisão administrativa, que os liberais haviam
introduzido em 1832 (Telegrafo 29 NOV 1910, pg1). Mas naquilo que ao futebol
respeita, nada se alterou, e os distritos de então, Horta, Ponta Delgada e
Angra do Heroísmo mantiveram-se. Mas falar dos Açores, é falar de 9 realidades
distintas. E se o motivo for futebol, ainda mais acentuadas são as diferenças,
pois as circunstancias também são diversas.
Excluindo
o Corvo, onde não me consta que alguma vez se tenha jogado futebol, pelo menos
da forma convencional, ficam-nos 8 ilhas, cada qual com a sua história.
Tenhamos
presente que no início do passado século, tínhamos constrangimentos que hoje, à
distância de mais de 100 anos, parecem fantasiosos. Mas as comunicações eram
escassas, nem sempre disponíveis, e portanto vivia-se muito para dentro. O
futebol fazia parte desta realidade.
Por
isso que a implantação do futebol tenha tido 2 parâmetros. As tripulações de
barcos ingleses, que uma vez chegados a terra logo ensaiavam jogos entre si, ou
então a doutrinação de jovens estudantes no exterior, que uma vez regressados,
logo tentavam arregimentar novos entusiastas.
As
ilhas maiores, de maior população nas suas cidades principais, foram as
pioneiras, como nos mostram os registos de Angra, S. Miguel, e Horta. O entusiasmo
e adesão ao futebol foi tanto, que os anos 20 logo trouxeram clubes, e
campeonatos!
Já
as restantes ilhas, apenas se ficaram por futebol de circunstância, que tem uma
curiosa data. A época de 1983/84 marca o arranque do futebol organizado e
oficial em S. Jorge, Pico, Santa Maria, Flores e Graciosa!
Os Pioneiros
AF Ponta Delgada – (ilha S. Miguel)
Em anexo, incluiremos um documento histórico de
Jorge do Nascimento Cabral, recolhido no site da AF, e que visita os tempos da
implantação do futebol na ilha, e da posterior criação da associação distrital
Clube Atlético Micaelense – dá origem ao CUM.
Clube União
Sportiva
Operário Sport Clube
1923/24
|
Campeonato de S. Miguel
|
AF de Ponta Delgada
|
|||||||
data
|
resultado
|
nota
|
jogo
|
data
|
resultado
|
nota
|
|||
9
DEZ
|
2
|
4
|
Atlético Mic.
|
Operário
|
27 JAN
|
2
|
2
|
b)
|
|
16
DEZ
|
v
|
fc
|
a)
|
União (CUS)
|
Santa
Clara
|
2 MAR
|
fc
|
v
|
|
23
DEZ
|
2
|
5
|
Atlético Mic.
|
União
(CUS)
|
10 FEV
|
0
|
6
|
||
30
DEZ
|
0
|
4
|
Operário
|
Santa
Clara
|
3 FEV
|
0
|
2
|
||
6
JAN
|
fc
|
v
|
Atlético Mic.
|
Santa
Clara
|
17 FEV
|
fc
|
v
|
||
13
JAN
|
2
|
1
|
Operário
|
União
(CUS)
|
24 FEV
|
v
|
fc
|
c)
|
|
os jogos fizeram-se todos no campo
do Liceu
o campo do Relvão que por aqui
serviu aos pioneiros, ficava na alameda do Duque de Bragança
o Santa Clara dispunha do campo
Açores
|
J
|
V
|
E
|
D
|
M
|
S
|
P
|
|
Santa Clara
|
6
|
5
|
0
|
1
|
15
|
3
|
10
|
Operário
|
5
|
3
|
0
|
2
|
9
|
9
|
6
|
União (CUS)
|
6
|
3
|
0
|
3
|
15
|
10
|
6
|
Atlético
Micaelense
|
5
|
0
|
0
|
05
|
4
|
21
|
0
|
FC- considerou-se 3-0
A AF em reunião a 5 Maio proclama o Santa Clara campeão
|
a) – o Santa Clara oficiou à AF, informando da sua falta ao jogo, indicando as razões (Diário dos Açores 14 DEZ 1923
b)
– anulado e mandado repetir (não se
vislumbra a repetição)
c)
- o CUS não concordou com a mudança do
jogo do campo do Liceu (em obras) para o campo Açores, e protestou. Não
atendido, desfiliou-se e recusou os jogadores seleccionados para um jogo com o
Faial, pelo que a AF o suspendeu por 1 ano, vindo contudo a levantar o castigo,
já que o CUS retirou o ofício que motivou o castigo
as outras ilhas
Santa Maria
Por aqui o futebol surge cedo,
e tem por razão o facto de a ilha se ter visto “invadida” de muita gente, mercê
da construção do seu aeroporto.
Por isso que nos anos 40 tenha
surgido o GD Gonçalo Velho, e o Asas do Atlântico, que terão sido os
percursores do futebol mariano, que se emancipou em 1983, aquando das primeiras
competições na ilha, então já com 5 clubes.
Competições em 1983/84
Aqui,
nesta primeira época oficial do futebol na ilha, começa por jogar-se a Taça de
Honra, em poule a 2 voltas, e que define o representante da ilha à Taça Açores.
participam:
Clube
Asas do Atlântico
Grupo
Desportivo Gonçalo Velho
Clube
ANA
Clube
Desportivo Os Marienses
Grupo
Desportivo de S. Pedro
Será
o Gonçalo Velho a vencer esta prova
Não
se joga campeonato.
I Campeonato
Este jogar-se-à pela primeira vez em 1985/86, quando a ilha passa a dispor de um recinto de jogo (o campo do Aeroporto), e se realiza o seu primeiro campeonato.
I Campeonato
Este jogar-se-à pela primeira vez em 1985/86, quando a ilha passa a dispor de um recinto de jogo (o campo do Aeroporto), e se realiza o seu primeiro campeonato.
J
|
P
|
|
Marienses
|
4
|
10
|
Gonçalo Velho
|
4
|
8
|
ANA
|
4
|
4
|
Asas
|
4
|
2
|
AF
Angra do Heroísmo - (ilha Terceira)
A
segunda década da centúria de 1900 traz-nos o futebol à ilha, jogado pelo quási
pioneiro Lusitânia (o mais antigo foi o Angra Sport Club), logo secundado pelos
Empregados no Comércio, vulgo USEC (União Sportiva).
Servia-lhes
aos confrontos, o campo do Relvão, que a então criada Liga de Educação Física,
substituiria em 1924 (inaugurado em Julho), pelo “campo de jogos da Cidade”,
implantado nos terrenos do Caminho Novo, como nos fala “O Povo” de 17 NOV de
1923.
Sport
Clube Lusitânia
USEC – União Sportiva Empregados do
Comércio
1924/25
|
Campeonato da Terceira
|
AF Angra do Heroísmo
|
|||||||
data
|
resultado
|
nota
|
jogo
|
data
|
resultado
|
nota
|
|||
5
Abril
|
4
|
2
|
Lusitânia
|
USEC
|
26
Abril
|
6
|
2
|
a)
|
|
para sabermos do segundo jogo, salvou-nos “A
Cidade”, que nos informa em 30 ABR 1925
|
|||||||||
AF Angra 1924/25
|
Campeonato
da Terceira
|
||||||
J
|
V
|
E
|
D
|
M
|
S
|
P
|
|
Lusitânia
|
2
|
2
|
0
|
0
|
10
|
4
|
4
|
USEC
|
2
|
0
|
0
|
2
|
4
|
10
|
0
|
a)
- 19 Abril seria o segundo jogo, que contudo é adiado para 26.
Existe
uma data de 3 de Maio com novo jogo, mas supõe-se que seria um desempate, se
necessário, o que não terá ocorrido.
Do
segundo jogo, o jornal A União não dá o resultado, e o editor do mesmo
justifica o facto com a circunstância do “nosso inteligente repórter não esteve
no jogo, porque integrou a procissão (a) que se efectuava à mesma hora do jogo”
(a)
–
promovida pelos marítimos de Posto Santo
NOTA
– a propósito da expansão e entusiasmo do futebol em Angra do Heroísmo,
refira-se a circunstância da USEC ter ido jogar à Graciosa logo em 1925! (“A
Cidade” 24 SET)
as outras ilhas
Graciosa
Acabados
os distritos insulares, cada ilha se tornou autónoma. Mas no futebol ficou a
estrutura distrital.
A Horta, localizada na ilha do
Faial, superintendia na Graciosa e nas Flores. Nestas ilhas há muito que havia
futebol, mas as equipas não se filiavam.
O
Graciosa Futebol Clube nascera em 1939, da saída de vários jogadores da
Sociedade Filarmónica Recreio dos Artistas de Santa Cruz. Mas só nos anos 70 se
filia, para sair em 1977/78, zangado com a Associação, por causa de uma Taça.
Regressará em 1981/82.
O
Sport Clube Marítimo surge nos anos 50, da União dos Pescadores do Mar Alto e
dos Baleeiros, que decididos a criar um clube recreativo, logo tiveram a adesão
de muitas pessoas de Santa Cruz, que fazem surgir este clube. Inscreve-se na AF
em 1981/82.
O
Sporting Clube de Guadalupe tem origem na Sociedade Recreativa de Guadalupe,
que ao decidir criar uma equipa de futebol, tem a oferta de alguns
sportinguistas da ilha, que lhes oferece os equipamentos. Estava assim criado
mais um “Desportivo” à inglesa.
(in Diário Insular, 27 de Março de 1982, págs.
1 e 2)
Competições em
1983/84
É
nesta época, que o futebol da Graciosa participa pela primeira vez, das
competições oficiais de futebol. São pioneiros:
Graciosa Futebol Clube
Grupo
Desportivo Mocidade Praiense
Sport
Clube Marítimo
Sporting
Clube de Guadalupe
Em
5 de Fevereiro termina a Taça Graciosa, com a vitória do Sporting de Guadalupe.
Segue-se
a disputa da Taça AFAH, que termina em finais de Abril
Não
há lugar a jogar-se campeonato.
I Campeonato
Em 1984/85 joga-se pela primeira vez o campeonato da ilha.
I Campeonato
Em 1984/85 joga-se pela primeira vez o campeonato da ilha.
campeonato
Graciosa
|
1984/85
|
|
clubes
|
J
|
P
|
Graciosa FC
|
6
|
10
|
Marítimo
|
6
|
4
|
Guadalupe
|
6
|
4
|
Mocidade Praiense
|
6
|
0
|
S. Jorge
Campetições
Neste
arranque do futebol oficial na ilha, participam:
Futebol
Clube da Calheta
Futebol
Clube Marítimo Velense
Grupo
Desportivo Velense
Juventude
Rosalense e Benfica
A
competição inicia-se em 26 Fevereiro, que é a data da 1ª jornada da Taça Ilha
de S. Jorge, que apura para a Taça Açores (ou de Portugal, como diz o jornal A
União)
A
8 de Abril começa a Taça AFAH
Em
27 de Maio joga-se a 1ª eliminatória, da Taça das Ilhas Terceira, Graciosa e S.
Jorge.
O
Desportivo Velense é quem representa S. Jorge.
Não
se joga campeonato.
I Campeonato
Seria jogado pela primeira vez o campeonato da ilha em 1984/85
I Campeonato
Seria jogado pela primeira vez o campeonato da ilha em 1984/85
campeonato
S. Jorge
|
1984/85
|
|
clubes
|
J
|
P
|
Marítimo Velense
|
4
|
6
|
Calheta
|
4
|
2
|
Desp. Velense
|
4
|
2
|
AF
Horta – (ilha Fayal)
É
aqui que reside o mais antigo clube de futebol açoriano, e à sua existência,
que remonta a 1909, não é estranha a presença dos ingleses, ocupados com o cabo
submarino das comunicações Europa, USA.
Entretanto
os naturais vão-se inteirando do jogo, e fazem as suas equipas. Foi assim que o
campeonato faialense começou em 1931, com 3 equipas, que se mantiveram em
competição por mais de 40 anos, sempre os três.
Pese
embora a competição só se jogue na mais ocidental cidade portuguesa, o Faial,
também nas outras ilhas do então distrito da Horta, as Flores e o Pico, se
ambicionava jogar o futebol. Inclusivamente na ilha do Pico, em 1932, surge um
clube (Pico Sport Clube), que se inscreve e disputa o campeonato, mas viu-se
compelido a fazer todos os jogos na ilha do Faial. Claro que a despesa,
incomportável, logo o afastou da competição, e a ilha ficou sem futebol.
A
colónia estrangeira era muito activa, e as suas práticas desportivas intensas e
diversificadas. Como não podia deixar de ser, o futebol tinha papel de
destaque. Eis o que escrevia O Telégrafo de 4 de Fevereiro de 1910, numa local
designada Sport:
“domingo, pelas 3
e ½ da tarde, haverá uma desforra de football, entre a companhia inglesa e as
outras duas (1).
Esta partida, em
que tomam parte os melhores jogadores estrangeiros, não deixará de atrair
grande número de espectadores, visto o grande entusiasmo que o jogo de football
tem despertado no nosso público.
As apostas por
ora, que são muitas, inclinam-se um pouco em favor dos ingleses, mas como o
outro lado, desta vez, tem o melhor time que podia escolher, o resultado está
duvidoso. Espera-se um jogo animado e muito contestado”
(1) – companhia alemã e americana. Os
ingleses venceram por 7-1
PS – uma fábrica de tabacos de
Angra, lança a marca Foot-Ball”
(O Telégrafo 12 Março 1910)
O Fayal Sport Clube, que terá
sido criado em 1909, e por influência dos ingleses, vai-se exercitando, e até
venceu 2-0 uma equipa de estrangeiros. O relato, desenvolvido, está lá no
Telégrafo de 18 Abril de 1910, e é por ele que ficamos a saber que o campo era
inclinado! Mesmo!
Era o campo do “Relvão da Doca”
I Campeonato
Angustias Atlético Clube
Fayal Sport Clube
Sporting Clube da Horta
1930/31
|
Campeonato do Faial
|
AF da Horta
|
|||||||
data
|
resultado
|
nota
|
jogo
|
data
|
resultado
|
nota
|
|||
1 FEV
|
2
|
2
|
Angustias
|
Sporting
|
8 MAR
|
0
|
3
|
||
folga
o Fayal
|
|||||||||
8 FEV
|
1
|
2
|
Fayal
|
Angústias
|
29 MAR
|
4
|
1
|
a)
|
|
folga
o Sporting
|
|||||||||
22 FEV
|
3
|
2
|
Sporting
|
Fayal
|
22 MAR
|
4
|
1
|
||
folga
o Atlético
|
|||||||||
a) – o jogo inicial, em 15 de Março, foi suspenso a 26 minutos do final,
com
o resultado em 1-1, devido ao mau tempo.
|
|||||||||
no dia 15 de Fevereiro não houve jogos,
devido ao Carnaval.
Para dirigir os jogos, foi
escolhido sempre o mesmo árbitro
|
Campeonato do Faial – AF Horta 1930/31
|
|||||||
J
|
V
|
E
|
D
|
M
|
S
|
P
|
|
Sporting
|
4
|
3
|
1
|
0
|
12
|
5
|
7
|
Angustias
|
4
|
1
|
1
|
2
|
5
|
10
|
3
|
Fayal
|
4
|
1
|
0
|
3
|
8
|
10
|
2
|
Sporting
|
4
|
3
|
1
|
0
|
12
|
5
|
7
|
Todos os jogos tiveram lugar no
campo do Fayal, já que o Sporting trazia o seu em construção, nas pedreiras da
doca, e o Angústias não tinha qualquer campo.
No Faial existia então, um
clube inglês, que dispunha de equipa de futebol, que anualmente defrontava um
clube local, numa típica postura “british”, que era também o nome do clube:
British Sport Club. Pertencia à Companhia Telegráfica Inglesa.
NOTA – talvez não seja este,
verdadeiramente, o primeiro campeonato da Horta, se atentarmos no que diz O
Telégrafo na véspera do seu início
(30 JAN 1931), quando escreve:
“… há largos anos interrompido,
vai recomeçar no próximo domingo, a disputa “legal” do campeonato de futebol da
Horta…”
as outras ilhas
Flores
É
na década de 30 do século passado, que o futebol surge na ilha. Influência de
gentes da terra que estuda, trabalha ou simplesmente negoceia por outras
paragens, e que trazem consigo um fenómeno de massas, que um pouco por todo o
lado, vai galvanizando as pessoas. Sobretudo as camadas mais humildes.
Também
nesta ilha o fenómeno se implanta, com a criação aqui e ali de diversos
“clubes”, que vão emprestando colorido às tardes de domingo.
De
cariz totalmente popular, sem nenhuma organização, mas com todo o entusiasmo,
aparecem ao longo dos anos o Sporting Clube das Flores (1944), na freguesia de
Santa Cruz, o Grupo Desportivo Lajense e o Nacional Sport Clube, nas Lajes das
Flores.
O
Sport Clube Lombense na freguesia da Lomba, o Fajã Grande Sport Clube, e na
Fazenda o Grupo Desportivo Fazendense (1954).
O
União Desportiva de Santa Cruz aparece em 1952, e o Florense Futebol Clube
(1951), clube conhecido pelos “mau-maus”, vá-se lá saber porquê.
Entretanto,
por aqui e por ali, vão-se improvisando uns terrenos para servir de campo de
jogo, sendo talvez o 1º campo a sério o criado em 1951, com a construção pela
Marinha de Guerra da estação Rádio Naval.
O
entusiasmo dos primeiros tempos, ao qual faltava a componente organizativa,
leva a algum arrefecimento, verificando-se a extinção dalguns destes grupos.
Em
1965 a
então FNAT (hoje INATEL), reorganiza o futebol popular, criando campeonatos na
ilha, mas tendo os clubes existentes de mudar a designação, como então era
praxe do “Estado Novo”. É neste contexto que aparecem novas agremiações, onde
tem lugar de destaque pelas peripécias do nome, “Os Minhocas”
Então,
os clubes com nomes impostos são:
-
CRP (centro de recreio popular) Santacruzense
-
CRP Fazendense
-
CRP Lajense. Posteriormente aparecem:
-
CRP Ponta Delgada
-
CRP Marítimo (que em 1974 passa a “Minhocas”)
Mas
nas outras ilhas já se jogava futebol federado, com outra projecção, e os
clubes desta ilha também o reivindicam. Passam à dependência da AF da Horta em
1983/84. É essa a data da filiação dos clubes então existentes. Antes, em 1979,
aparecera uma 1º tentativa de federação, com a Federação de Desportos da Ilha.
Terá
sido este o movimento de clubes, após 1979.
Os
clubes que finalmente se filiam (AF Horta) são:
-
Grupo Desportivo Os Minhocas
-
Sport Marítimo Lajense (novo nome, em 1991, de Lajense Futebol Clube)
-
Boavista Sport Clube
-
Futebol Clube de Ponta Delgada
-
Futebol Clube Fazendense (extingue-se em 1986 por não ter conseguido aprovar os
estatutos)
-
Atlético Clube da Fajã Grande
Competições em 1983/84
É
nesta época que se iniciam as competições oficiais no futebol da AF da Horta,
saindo do limite da ilha do Faial.
Para
a Taça da Ilha das Flores, que elegerá um representante à Taça Açores,
participam:
Atlético Clube da Fajã Grande
Boavista Sport Clube
Futebol
Clube Ponta Delgada
Grupo
Desportivo Fazendense
Grupo
Desportivo Os Minhocas.
I Campeonato
Começa a competição em 1984/85
I Campeonato
Começa a competição em 1984/85
campeonato
Flores
|
1984/85
|
||||||
clubes
|
J
|
V
|
E
|
D
|
M
|
S
|
P
|
Fazendense
|
4
|
2
|
0
|
2
|
12
|
11
|
4
|
Boavista
|
4
|
2
|
0
|
2
|
13
|
10
|
4
|
Minhocas
|
4
|
2
|
0
|
2
|
8
|
12
|
4
|
Pico
Um
dos mais antigos clubes portugueses mora na Horta. Dá pelo nome de Fayal Sport
Clube, e desde sempre o jogou. Nos anos 20 apareceram mais 2 clubes na cidade,
e por muitos anos animaram a urbe.
Seguindo
uma tendência, por certo, em 1930 decidem-se em estabelecer alguma organização
nos seus jogos, e definir aquele que seria anualmente o campeão. Surge então a
associação de futebol.
Na
terceira edição do campeonato, surge um outsider. É uma equipa da ilha vizinha
do Pico, que se integra no então distrito autónomo da Horta.
À
altura, e estamos então em 1932, existiam já na ilha, vários clubes, e todos
dispondo de recinto de jogo.
Nas
Lajes existia o Clube Desportivo Lajense, ali fundado em 1924, na Madalena o
União Sport Clube, e no cais do Pico eram dois.
O
(Cais) do Pico Sport Clube, fundado em 15 de Agosto 1928 (A Horta Desportiva 15
AGO 1932, pág. 4), e o Atlântida Sport Clube. Este, na altura trazia o campo em
construção, que haveria de ser inaugurado mais tarde, a 2 de Outubro, com muito
luzimento, como conta “A Horta Desportiva” (15 AGO, 17 SET, e 29 SET 1932).
O
dinamismo próprio da circunstância, leva a associação distrital a convocar uma
AG, para instituir uma taça no Pico, destinado aos clubes existentes. A
condição é que estes se filassem, mas tal objectivo estava acima das
possibilidades destes grupos, tendo em conta os custos da elaboração de
estatutos e regulamento interno, a que havia que juntar os custos de inscrição
na associação de futebol.
Por
isso de que destes clubes, só o Pico SC se tenha abalançado à participação no
campeonato, cabendo-lhe fazer os seus jogos sempre na ilha do Fayal. Era uma
acentuada despesa, e foi isso que motivou que só participasse uma vez, com 3
equipas (1ªs, 2ªs e 3ªs).
Mas
preparou-se convenientemente para a participação, recebendo em Março o Fayal,
que foi ali jogar numa jornada de propaganda com muita gente, e virá
posteriormente à Horta, fazendo a sua estreia fora da ilha, aproveitando para
mostrar os seus equipamentos azuis. (A Horta Desportiva 3 e 12 MAR, e 7 ABR
1932). Rodeou-se de gente prestigiada, como o presidente da AG, que era também
seu delegado junto da AF na Horta, e que era o delegado de saúde na Madalena.
Finda
esta aventura, o futebol “desapareceu” da ilha, dado que não mais se ouviu falar destes clubes no futebol distrital. Terão sido
os custos financeiros destas participações a ditar o afastamento, que fez com
que o clube não repetisse a experiência, e por mais de 40 anos não houve
futebol no Pico. Federado, pelo menos!
Nesses
40 anos que se seguiram, apenas por 2 vezes e de forma fugidia, haveria de
aparecer uma equipa a intrometer-se neste campeonato a três. Primeiro foi o
Flamengos, equipa da ilha do Faial, que em 1943/44 e seguinte, rejuvenescido
por uma juventude ali instalada transitoriamente, trazida pela guerra, e depois
em 1955/56 e ano seguinte, quando o Vitória do Pico também se “intrometeu”. Mas
só o 25 de Abril haveria de democratizar o campeonato, fazendo aparecer mais
participantes.
Daqueles
do Pico, o Lajense havia de resistir estoicamente, chegando até aos nossos
dias.
I Campeonato
Clube
Boavista de S. Mateus
Clube
Desportivo Lajense
Futebol
Clube da Madalena
Operário Futebol Clube
Vitória Futebol Clube
1983/84
|
Campeonato do Pico
|
AF da Horta
|
|||||||
data
|
resultado
|
nota
|
jogo
|
data
|
resultado
|
nota
|
|||
4
DEZ
|
1
|
0
|
Lajense
|
Vitória
|
|||||
4
DEZ
|
2
|
4
|
Madalena
|
Operário
|
|||||
folga:
Boavista
|
|||||||||
11
DEZ
|
4
|
1
|
Madalena
|
Vitória
|
|||||
11
DEZ
|
Operário
|
Boavista
|
|||||||
folga:
Lajense
|
|||||||||
18
DEZ
|
2
|
0
|
Boavista
|
Vitória
|
|||||
18
DEZ
|
2
|
5
|
Lajense
|
Madalena
|
|||||
folga:
Operário
|
|||||||||
8
JAN
|
1
|
2
|
Boavista
|
Madalena
|
12
FEV
|
||||
8
JAN
|
2
|
1
|
Operário
|
Lajense
|
12
FEV
|
||||
folga:
Vitória
|
|||||||||
14
JAN
|
1
|
1
|
Operário
|
Vitória
|
5
FEV
|
1
|
4
|
||
14
JAN
|
Lajense
|
Boavista
|
5
FEV
|
1
|
1
|
||||
folga:
Madalena
|
J
|
V
|
E
|
D
|
M
|
S
|
P
|
|
Madalena
|
8
|
13
|
|||||
Vitória
|
8
|
8
|
|||||
Lajense
|
8
|
7
|
|||||
Boavista
|
8
|
6
|
|||||
Operário
|
8
|
4
|
A
competição da ilha, a exemplo das restantes, começa pelo apuramento do clube
representante da ilha, na Taça Açores. Madalena vence o torneio.
Após
o fim do campeonato, começa a 19 Fevereiro o Torneio de apuramento do
representante da ilha na Taça de Portugal.
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