Há dias, a última direcção entregou as chaves ao senhorio, deu “baixa” no Governo Civil, e fechou a porta. De vez. Terminavam assim mais de oitenta anos de uma colectividade de muito viver.
Bailes, desporto, teatro, jogos de salão, muito promoveu e praticou. Nascida em 1931 no então Bairro da Ramada Alta, lugar de muitas gentes e sinuosas ruas, logo se instalou na rua Marques Marinho, onde teve por guia um Marinho Foot-Ball Club, surgido no 150 da rua da Bouça.
O futebol foi a sua primeira pretensão, mas as restrições federativas, penalizando quem não dispusesse de campo, arrastou-o para outras modalidades
Basquetebol e bilhar, a par de outras actividades lúdicas, dedicadas à sua numerosa massa associativa.
O futebol da Promoção foi o seu escape, tendo chegado 2 vezes à final, que perdeu. Em 1942, Junho, teve por adversário o Rio Ave, que se faria campeã.
A sua estreia nesta competição seria em 1936. Joga no estádio do Ameal contra o Desportivo da Invicta, a quem vence por 4-1 e 3-0, em honra e reservas. Até 1944 por lá fica, jogando no campo do Luso, hoje urbanização de top na rua da Alegria, do outro lado do estádio do Lima.
Mas em 1948 faz um supremo esforço, e vaidoso nas suas verdes camisolas, frequenta o futebol oficial. Dos finos. Joga a série A da 3ª divisão, facto que repete no ano seguinte. Foi o fim do futebol a sério. Depois, seriam só jogos de ocasião, até que este se extinguiu por completo no clube.
No meio desta sua atribulada vida, também teve uma mudança de nome. Foi quando pretendeu atrair outras vontades, e passou a ser Associação Recreativa Alma Portuense, tendo até entre os seus associados ilustres José Maria Pedroto, ele que era um residente nesta Ramada Alta em extinção.
Agora aos 81 anos, achou que já não valia a pena lutar mais.
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