Citação de um artigo de uma publicação dos anos 20, a Transtagana,
publicada no jornal do clube, O Lusitano, em Novembro
1958)
Lusitano Foot-Ball
Club
Começava a esboçar-se
entre nós a febre do foot-ball. A garotada preparava os primeiros pontapés, e
mastigava já, com certa familiaridade, os termos ingleses do jogo. De aí a
nada, o desafio, já combinado, já obedecendo a regras.
O Bisnica, um
rapazote do liceu, um entusiasta. Atraiu a si outros da sua igualha.
Realizaram-se os
primeiros entendimentos no meio da rua, ao ar livre. Dez reis por semana, de
cota. Não chegava para as despesas? Não importa, o Bisnica porá o resto.
Comprou-se a bola – um alegrão!
Tu és o centro, tu és
o ponta, tu és…Estava formado o grupo. O Venâncio Morais, o Manel Bandarica de
Seixas, o Adriano Sales, o Sebastião Canijo, o Carlos Evaristo, o José Rebelo e
outros, foram dos primeiros. Chefe o Domingos Morais, o Bisnica.
Mas era indispensável
uma sede. Toca a arranjar sócios – tudo gente do mesmo tamanho.
Arrendou-se uma casa.
Grande passo – uma sede. A sede era uma espécie de república de estudantes – 4
cadeiras desmanteladas, uma mesa de pinho, e muita ponta de cigarro no chão. A rapaziada
ia para lá entreter-se de noite: discutia, gritava, e quando calhava, jogava ao
sopapo.
Assim nasceu há 14
anos, o Lusitano Foot Ball Club, hoje também crismado com a designação do Club
dos Papo-Secos.
Sem comentários:
Enviar um comentário