A vastidão da Região é
manancial enorme de histórias. E se o tema for o futebol, então é inesgotável.
Nas nossas recolhas pela
história do futebol distrital, elegemos desta vez o concelho de Ferreira do
Alentejo.
Sadina, Canhestrense, Ruins
e Olhas, eram os alvos da nossa procura.
Não consegui saber tudo,
mas o tema também não ficou encerrado. Do que soube, quero aqui partilhá-lo.
Destes clubes, hoje
retirados do futebol, e mesmo com alguns de portas já fechadas, existem muitas
memórias vivas, de antigos jogadores destas lides.
É o caso de José Galvão,
futebolista do Sporting Canhestrense, Joaquim Baião antigo director da Sadina, José
Góis, presidente do Sporting Figueirense, Francisco Morais e António Morais,
familiares entre si, e actualmente presidentes das colectividades de Olhas e
Ruins, depois de terem sido atletas nestas lides.
É o que soubemos e
recolhemos, que agora aqui fica.
Canhestros
Nos finais dos anos
sessenta, existiu aqui uma grande indústria com o tomate por motivo. Era a
Consol, Conservas do Outeiro, que reunia muita gente na laboração.
Entre estes, muita seria a
juventude, e o futebol torna-se um objectivo. Começam pelo Inatel, como quase
sempre, e rápido passam ao futebol federado. Na sua identidade está a sua
afeição pelo Sporting de Lisboa, cujas cores e nome estão na sua identidade.
Nem sempre este Sporting
Clube Canhestrense participou nas competições de Beja, mas quando o fez usou o
seu campo de Canhestros, que a ex-junta de freguesia aproveitou para ali
instalar um polidesportivo.
Mas esta “zona desportiva”,
conta hoje com a colectividade que sucedeu ao futebol, a ACDR de Canhestros,
que ali tem a sua sede social, mesmo ao lado da casa que serviu de sede ao
Canhestrense.
Ruins e Olhas
São duas aldeias vizinhas,
neste característico concelho alentejano. Tão vizinhas que até o futebol
começaram juntas. Foi forte o cimento
que as uniu, e ainda contaram com o entusiasmo de um dos seus, Augusto Arrobas,
que foi a alma mater do futebol nestes sítios. Infelizmente já falecido, ainda
está na memória e respeito dos seus conterrâneos.
Também aqui o futebol
começou no Inatel, rapidamente passando ao federado de Beja.
Era a estreia nestas lides
do GDC de Ruins e Olhas. Mas nestas coisas do futebol, os egos são coisas muito
sensíveis, e em 1985 dá-se a cisão. Passam a ser 2 os clubes na terra! O seu
campo de jogos, que ainda hoje lá está, terá passado a ter utilização contínua.
Ali não havia tempos mortos. Mas como é óbvio, as estruturas locais não
suportavam tantas equipas, e um ficou pelo caminho. Surge assim a Casa do Povo
de Ruins, que continua o futebol por mais alguns anos. Hoje apenas perduram memórias,
felizmente vivas, pois muitos daqueles que foram intervenientes nestas pelejas,
ali vivem, e são um manancial de histórias picarescas.
Sadina
É Santa Margarida do Sado a
localidade desta extinta colectividade. Fica na fronteira do rio Sado, que
separa os distritos de Setúbal e Beja.
O seu campo de futebol, o
campo da Azinheira, embora muito degradado e com os seus vestígios materiais
quase apagados, ainda lá está.
Não foi possível recolher
todos os dados que identificassem esta colectividade, mas nas ruínas dos
balneários é possível vislumbrar que as cores encarnadas faziam parte da sua
identidade, e o seu emblema, ainda que de forma débil, lá está.
Concluir esta recolha será
um objectivo imediato.
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