Futebol Saudade

Desde que, há mais de 100 anos, se fez o primeiro campeonato de futebol em Portugal, que a "passerelle", que é a vida desportiva, viu desfilar milhares de clubes.
Uns ainda hoje existem, pujantes e vigorosos até, outros, embora perdendo protagonismo, ainda resistem. Mas muitos ficaram pelo caminho.
Passaram ao futsal, deixaram o desporto, ou fecharam mesmo as portas. É dos que partiram (e não só), que aqui vamos tentar deixar a memória.




sábado, 30 de agosto de 2014

Futebol algures no Alentejo.


A vastidão da Região é manancial enorme de histórias. E se o tema for o futebol, então é inesgotável.
Nas nossas recolhas pela história do futebol distrital, elegemos desta vez o concelho de Ferreira do Alentejo.

Sadina, Canhestrense, Ruins e Olhas, eram os alvos da nossa procura.
Não consegui saber tudo, mas o tema também não ficou encerrado. Do que soube, quero aqui partilhá-lo.

Destes clubes, hoje retirados do futebol, e mesmo com alguns de portas já fechadas, existem muitas memórias vivas, de antigos jogadores destas lides.
É o caso de José Galvão, futebolista do Sporting Canhestrense, Joaquim Baião antigo director da Sadina, José Góis, presidente do Sporting Figueirense, Francisco Morais e António Morais, familiares entre si, e actualmente presidentes das colectividades de Olhas e Ruins, depois de terem sido atletas nestas lides.

É o que soubemos e recolhemos, que agora aqui fica.

Canhestros

Nos finais dos anos sessenta, existiu aqui uma grande indústria com o tomate por motivo. Era a Consol, Conservas do Outeiro, que reunia muita gente na laboração.
Entre estes, muita seria a juventude, e o futebol torna-se um objectivo. Começam pelo Inatel, como quase sempre, e rápido passam ao futebol federado. Na sua identidade está a sua afeição pelo Sporting de Lisboa, cujas cores e nome estão na sua identidade.
Nem sempre este Sporting Clube Canhestrense participou nas competições de Beja, mas quando o fez usou o seu campo de Canhestros, que a ex-junta de freguesia aproveitou para ali instalar um polidesportivo.
Mas esta “zona desportiva”, conta hoje com a colectividade que sucedeu ao futebol, a ACDR de Canhestros, que ali tem a sua sede social, mesmo ao lado da casa que serviu de sede ao Canhestrense.







                      
Ruins e Olhas


 







São duas aldeias vizinhas, neste característico concelho alentejano. Tão vizinhas que até o futebol começaram juntas.  Foi forte o cimento que as uniu, e ainda contaram com o entusiasmo de um dos seus, Augusto Arrobas, que foi a alma mater do futebol nestes sítios. Infelizmente já falecido, ainda está na memória e respeito dos seus conterrâneos.

Também aqui o futebol começou no Inatel, rapidamente passando ao federado de Beja.
Era a estreia nestas lides do GDC de Ruins e Olhas. Mas nestas coisas do futebol, os egos são coisas muito sensíveis, e em 1985 dá-se a cisão. Passam a ser 2 os clubes na terra! O seu campo de jogos, que ainda hoje lá está, terá passado a ter utilização contínua. Ali não havia tempos mortos. Mas como é óbvio, as estruturas locais não suportavam tantas equipas, e um ficou pelo caminho. Surge assim a Casa do Povo de Ruins, que continua o futebol por mais alguns anos. Hoje apenas perduram memórias, felizmente vivas, pois muitos daqueles que foram intervenientes nestas pelejas, ali vivem, e são um manancial de histórias picarescas.





















Sadina









É Santa Margarida do Sado a localidade desta extinta colectividade. Fica na fronteira do rio Sado, que separa os distritos de Setúbal e Beja.

O seu campo de futebol, o campo da Azinheira, embora muito degradado e com os seus vestígios materiais quase apagados, ainda lá está.
Não foi possível recolher todos os dados que identificassem esta colectividade, mas nas ruínas dos balneários é possível vislumbrar que as cores encarnadas faziam parte da sua identidade, e o seu emblema, ainda que de forma débil, lá está.
Concluir esta recolha será um objectivo imediato.


 

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