Já o século
passado tinha dobrado os vinte anos, quando surgiu este novo clube, que se
aprestava para luzir o nome da cidade.
Por isso o
Comercial, que também era Sport Clube, tenha feito logo em Janeiro de 1921 uma
assembleia-geral para alterar o nome. Passou a ser Braga Sport Clube. O Braga,
na gíria.
O outro seria,
depois disso, conhecido pelo Sporting. Alguns até sustentam que equipava como
os de Lisboa, embora não tenha conseguido comprovar tal.
O que sei é que
este “Sporting” tinha um estatuto na cidade que lhe dava privilégios.
O campo de jogo
tinha sido no princípio do futebol na cidade, o campo da Vinha, mas as boas
consciências, com muita beata à mistura, fizeram barulho, e a Câmara teve de
proibir ali o jogo.
A escassez de
meios nestes modestos clubes, que no fundo se resumiam a um grupo de rapazes
que pagavam para jogar à bola, esbarrava na falta de campo. Por isso que se
improvisasse na Quinta da Mitra, que mais não era de que um espaço confiscado à
igreja, no rescaldo das lutas liberais.
E foi aqui,
onde viria a haver um verdadeiro campo de futebol, o campo da Ponte, que o
Braga deu os primeiros pontapés.
Mas a qualidade
do sítio deixava muito a desejar, e os primeiros balneários só surgiriam mais
de 10 anos depois.
Foi aqui que
surgiu o prestígio do Braga, ao ver conceder-se-lhe o privilégio de jogar na
esplanada do Colégio do Espírito Santo, ou cerca do Liceu, como também lhe
chamavam.
Mas nem sempre
os ventos estavam de feição, pois a indispensável autorização ministerial da
Justiça, não chegava. Os humores do “senhor” ministro afectavam o futebol em
Braga!
É óbvio que tal
solução só podia ser transitória, e os do clube abalançaram-se a encontrar um
terreno para criar um verdadeiro campo de jogos. E encontram-no na rua do Raio.
Em Julho de 1922 já lá jogavam.
Mas estas
questões de inquilinato foram sempre pouco pacíficas, e estremaram-se por 1928,
quando os sócios mandatam a Direcção para a compra por expropriação do campo do
Raio, ou em alternativa alugar um recinto em Braga.
O campo da
Ponte já havia sido inaugurado em 1923, e desde então passou a ser o campo do
Braga. Do Sport Clube. Chamavam-lhe campo Júlio Lima.
E foi assim que
o Sporting voltou ao campo da Ponte, mas em passagem fugaz, já que dispor de um
campo próprio sempre foi o seu norte.
Procurando
novamente, lá criaram o campo dos Peões. Haviam de inaugurá-lo jogando com o Vianense,
num dia de Maio de 1932.
Por muitos anos
foi aqui que o Sporting de Braga recebeu as suas visitas de outras paragens.
Ficava o campo nos terrenos onde hoje se implanta a Universidade, pois aquando de um jogo grande, com o Benfica em 1933, o anúncio do jogo contemplava as portas de acesso, que eram 3, e no respeitante a duas delas, não ficam dúvidas de onde se localizava o campo.
Ficava o campo nos terrenos onde hoje se implanta a Universidade, pois aquando de um jogo grande, com o Benfica em 1933, o anúncio do jogo contemplava as portas de acesso, que eram 3, e no respeitante a duas delas, não ficam dúvidas de onde se localizava o campo.
Rezava assim o
anuncio:
… porta do lado
da estrada do Bom Jesus, para os portadores de um determinado tipo de bilhetes,
enquanto outros deviam entrada pelo lado da estrada para Gualtar.
Mas haveria o Sporting de
voltar ao campo da Ponte, que no início dos anos 50 ficou vizinho do estádio 28
de Maio, que o Estado Novo decidiu presentear a cidade, que afinal foi donde
saiu o ícone deles, o marechal Gomes da Costa.
Em 2004, o
engenho de um arquitecto conseguiu colocar Braga no roteiro da arte, ao
conceber a Pedreira, estádio ímpar, que enquadrou um caso bicudo da cidade,
amenizando-o, e homenageando o futebol, esse ímpar fenómeno de massas, que está
bem retratado no seu percurso na cidade.
conclusões
tiradas de uma viagem na companhia de O Lusitano, o Diário do Minho, o Correio
do Minho, Os Sports, Comércio do Porto, Estrela do Minho, Vida e Sport, e
Commercio do Minho.
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