Nos anos
cinquenta - que são os do aparecimento do Vitória, equipa de futebol do lugar
com o mesmo nome na freguesia de Calendário - observa-se um acentuado número de
clubes populares (1).
O hábito que
se detecta, é o aparecimento destes grupos nos meses de verão, coincidindo com
o defeso no futebol federado.
Em Junho de
1958, que é quando o Vitória aparece, o que indicia a sua data de fundação,
fala-se num jogo na Magida, onde o Vitória foi jogar e ganhar, ao FC Magidense.
Alinharam no
Vitória:
Santos; Fernandes
I, Fernandes II; Oliveira, Carneiro, e Costa; Américo, Francisco, Alfredo Pereira,
Moreira e Neira.
(Estrela
do Minho 29 JUN 1958, pg 2)
São depois
muitos os jogos do Vitória que o jornal relata, dando conta de encontros com os
“Leões do Calendário”, “Centro Ciclista”, “Cabeçudos FC”, no municipal, em
Julho.
O clube é
então presidido por António Rodrigues Silva, sendo secretário Manuel Duarte
Navio, tendo por tesoureiro, Augusto Rodrigues.
(Jornal
de Famalicão 6 DEZ 1958, pg 2)
(1)
– de forma não exaustiva, são referenciados os
seguintes clubes populares, alguns deles mais tarde integrantes do futebol
federado.
- Águias de Joane
- Andorinhas da Portela FC (Antas)
- Brufense FC (Brufe)
- FC de Landim
- FC Magidense (Magida)
- FC Vermoim
- Flechas FC (Joane)
- GD da Casa do Povo de Ruivães (o
Ruivanense AC)
- Juventude de Ronfe
- Leões do Calendário
- Lousadense FC (Lousado)
- Mogege FC
- Rio Pele
Feita a
resenha das suas origens, pode dizer-se que nos quase vinte anos seguintes, o
clube manteve a matriz popular, jogando aqui e ali, sem compromissos ou
rotinas.
Mas logo à
partida dispôs de campo de jogos. Ficava em Meães, e é o actual campo do Sport
local.
Entretanto um
proprietário local (João Valério Júnior) cede-lhes uma parcela de terreno na
sua quinta, junto às escolas, e foi aí que o Vitória passou a jogar. Estamos
nos anos setenta, e esta melhoria, conjugado com o bom desempenho no torneio
popular do Vilarinho, que vence, predispõe o clube a mais altos voos.
1973/74 faz a
sua estreia na FNAT, jogando sob a alçada da Casa do Povo de Calendário, pois a
falta de estatutos tem-lhe condicionado a vida.
Nessa época,
jogando a 2ª divisão, classifica-se em 2º lugar, subindo assim à 1ª divisão.
1974/75 é 6º classificado, sendo que em 1975/76 fica em 4º.
Culmina a
presença no Inatel em 1981-82, representando a Casa do Povo de Calendário,
ficando em 2º lugar na sua série, fica apurado para a disputa do titulo
distrital, sagrando-se vice-campeão, com direito a disputar os nacionais. Chega
á final Norte.
(ver
Jornal de Famalicão 12 MAR 1982, pg 8)
Terá sido este
desempenho brilhante que os motiva a experimentar o futebol federado, onde
chega em 1982. Irá jogá-lo por muitos anos.
Em 1988, por
ocasião do seu 30º aniversário, organiza uns festejos com um torneio
quadrangular, e baptiza o seu recinto de jogo, homenageando a família
benfeitora. Dá o nome de Dª Arminda Valério ao seu recinto de jogo.
Mas em Maio de
2010 faz o seu último jogo. Vence em casa o Briteiros, e foge ao último lugar
da série C da 2ª divisão. Era o fim.
Hoje, o campo
é a triste imagem d’um clube que se extinguiu. Fica aqui o registo da sua
caminhada.
(ver
Jornal de Famalicão 27 NOV 1976)
(ver
Jornal de Famalicão 11 DEZ 1976, pg 6/8)
Sem comentários:
Enviar um comentário