Três hotéis
na urbe, com o Grande Hotel de Lousada, Hotel Avenida, frente ao jardim do
Senhor dos Aflitos, e o Hotel do Comércio, que se situava no largo da Feira do
Gado.
Organizavam-se
então (JL 4 DEZ 1926) diferentes iniciativas, no intuito de criar uma
corporação de bombeiros.
Por outro
lado, a autarquia envolvia-se no concurso de adjudicação da exploração da
linha-férrea Penafiel-Lixa, e que atravessava o concelho. Esforço vão, pois a
não existência de concorrentes levou o governo, mais tarde, a decretar o fim da
linha (Maio de1931).
Entretanto o
jornal permite que se veja o vigor e diversidade do seu associativismo.
Em Abril de
1927, na avenida dos Combatentes, instala-se o novo “Clube Artístico
Lousadense”.
Mas já outros
existiam, como a “Assembleia Lousadense”, “Grémio Recreativo e de Instrução
Lousadense”, “Banda Musical Lousadense”, e “Sociedade Cooperativa de Consumo
Lousadense”.
Era muito e
diverso o universo das colectividades. De futebol é que nada se lia, até que em
Novembro de 1930 o jornal insere uma nota, onde comenta o aparecimento do
futebol na vila. Diz que o Académico local, formado por estudantes da terra,
foi de abalada até Leça para jogar com os dali. Perderam 5 a 1, e deles não se voltou a
ouvir falar. Foi grupo de ocasião, como era regra naqueles tempos.
Mas logo no
ano seguinte (5 SET), o jornal mostra entusiasmo pela organização do Lousada
Foot-Ball Club, que irá jogar no improvisado “campo da Avenida” com o Penafiel
Académico Club, campeão infantil.
Este “campo”
não era mais do que o aproveitamento de uma rua da vila, no caso a avenida da
Boavista (!), para instalar o campo de jogos. Baliza às costas na melhor
interpretação!
Mas isso não
obstava a que o futebol continuasse. Logo em Janeiro de 1932, o clube publicita
uma convocatória dos seus jogadores, para que se apresentassem no “campo”.
Neste
entretanto surge a concorrência. É o Foot-Ball Club Lagoense que se apresenta,
quando em convocatória publicada no jornal (13 JAN 1932), o seu presidente de
então, João Moreira dos Santos, convoca os sócios para a sede do clube, a fim
de discutirem assuntos respeitantes ao clube.
Como nos dá
conta O Penafidelense de 18 Abril de 1933, o futebol já então se jogava aqui,
pois aquele jornal relata que “em 2 de Abril, a UD Penafidelense (reservas),
deslocou-se a Lagoas, empatando a 4 com o grupo local”.
Era o
Foot-Ball Club Lagoense, fundado em 1931, num qualquer campo algures em Lagoas.
O que viria a
ser o seu campo de jogos, o campo do Sobreiro, viria a ser inaugurado em 1933
(JL 11 NOV 1933).
Em 1934/35, a
Liga Invicta, então integrada na AF Porto, tinha entre os seus constituintes o
Foot-Ball Club Lagoense, de Lagoas/Lousada (R&C da AF Porto 1934/35),
circunstância que confere ao clube aquele cunho de pioneirismo que acima
salientamos.
Tenhamos
presente que só em 1949 a
Associação Desportiva de Lousada levará o futebol oficial à vila (JL 19 MAR
1949)
Entretanto no
início dos anos trinta, o futebol por aqui navega em águas de cruzeiro.
O Lousada vai
jogar a Lagoas, e ganha por 7 a
0! Foi Magalhães de seu nome, o goleador-mor, que fica para a história. Eram 16
horas e 4 minutos, do domingo 7 de Fevereiro de 1932.
O Jornal de
Lousada dá deste jogo uma alargada reportagem, cheia de peripécias.
Entretanto em
Lousada continuava a não haver campo, mas já havia 2 clubes!
As divergências
no Lousada levam ao aparecimento do Sport Clube Lousadense!
O JL conta
tudo (27 FEV 1932).
Como se disse
não havia campo, o que fazia da sua falta o ponto principal das iniciativas do
clube, que finalmente vê a hipótese de construir um campo nos Eidos Novos. Será
o “campo da Boavista” a nascer (JL 7 MAI 1932).
Na Aparecida
também se implanta um campo de futebol, iniciativa do Aparecidense FC.
Mas depressa
o entusiasmo sofre um arrefecimento, que leva ao desaparecimento do futebol
aqui, e destes clubes. O Lousada ainda tenta (JL MAR 1937) um rejuvenescimento
através de uma nova direcção, mas foi tentativa falhada. O campo do Lagoense
servia a clubes de circunstância (JL 28 MAI 1938).
Mas a vida
não pára, e em Lagoas, na Quinta da Tapada inaugura-se (3 OUT 1940) uma fábrica
de lacticínios, que irá alterar o panorama desportivo no concelho.
Faz o Jornal
de Lousada em 1942 (26 SET), uma resenha sobre a União de Tapada, novel clube
surgido em Lagoas, e que tem o seu epicentro na Quinta da Tapada.
Conta o jornal
que, agora que se deu a abertura da época, isso trará muito movimento ao UD
Tapada, entre cujos elementos se encontram os senhores André Mayer e Eduardo
Marta, respectivamente técnico de lacticínios e guarda-livros da Fábrica, que
dá o nome ao clube.
São também
valorosos elementos, os professores António Sistelo, e Manuel Sistelo (Zinho)
de Lagoas.
No início de
1948 realiza-se uma AG para aprovação de Estatutos (Jornal de Lousada 7 FEV),
que lhe irá permitir inscrever-se na AF Porto, e concorrer ao futebol oficial.
É o que acontece em Outubro, quando vence o primeiro jogo sem jogar. O CD
Penafiel não se apresenta a jogo. Joga o segundo em casa com o Amarante, que
ganha 9-2.
Iniciava-se
assim a presença do concelho no futebol oficial, cabendo essa primazia ao clube
de Lagoas.
Por 6 anos
compete no futebol distrital, mas na última época sente grandes dificuldades
financeiras, e falta a alguns jogos por falta de meios para as deslocações.
Fecha portas (ver Jornal de Lousada 30 JAN 1954, pg 2).
Inicialmente
o clube competia no campo que havia servido ao Lagoense. O campo do Sobreiro.
Mas em 1948 dá-se a inauguração do novo campo
de futebol, a que o jornal de Lousada chama de campo de Valmésio.
O campo
chegou até hoje, usado agora pela União de Lagoas, que até o vem beneficiando
actualmente, para lhe permitir a aceitação associativa, que lhe permita aceder
ao futebol federado.
Para já
dinamiza o futebol de Formação, sendo que o sénior milita nos campeonatos
concelhios.
Depois de ter
andado no Inatel, dedicou-se a este futebol, sendo crónico vencedor do
concelhio de Paredes, já que Lousada não o tinha.
É este clube
um tributo às suas gentes, pela perseverança, e entusiasmo com que abraça este
desporto, que se joga aqui vai a caminho dos 100 anos!
Entretanto, no
espólio da AD Lousada, consta a oferta em 1949, de um galhardete do clube,
situação retratada no R&C da ADL, publicado no Jornal de Lousada 4 FEV
1950, pg 3.Ainda existirá?
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