Ílhavo é uma peculiar terra, pela sua envolvência com a água.
A ria abraça
esta terra de pescadores, onde o bacalhau tem lugar de privilégio.
As suas origens
e história, foram alvo de eruditos, que nos legaram esta extraordinária monografia,
que pode ser lida aqui.
Mas nós somos
muito mais comezinhos, e ficamo-nos pelo futebol. Tudo nasceu quando procuramos
novas da Costa Nova. Que é como quem diz, de Ílhavo.
Encontramos um
Sport Ílhavo Clube nos distritais de Aveiro, por uma só vez, e fomos à sua
procura.
Desde logo
ficamos a saber que, o primeiro campo destas bandas, ficava aqui. Era o da
Fábrica da Vista Alegre. Aveiro ainda jogava, quando podia, no S. Domingos, um
peculiar, polémico e “polivalente” campo de artes.
Afinal aquela
participação não valeu, já que aconteceu naquela época de brasa no distrito,
com uma associação distrital para o futebol em Ovar, e logo outra, também, em
Aveiro!
Foi uma grande
confusão entre campeonatos de Honra, Promoção, e 1ªas divisões, com muitas nuances.
Por aqui, está tudo no jornal da terra, “O Ilhavense”.
E foi aqui que
ficamos a saber deste Sport Ílhavo Clube, que em 1932 passou a Ílhavo Futebol
Clube, equipando de vermelho e branco.
O futebol por
aqui, também já vinha de longe. Nos anos 20 já os terrenos da Rua Nova serviam
aos animados jogos amigáveis, entre equipas de criação instantânea.
Mas no princípio
de 1931, as vontades surgiram mais fortes, e logo se criou uma equipa
consistente. Surgia o Sport Ílhavo.
Para preparar
os seus player’s, muitos e variados jogos foram aprazados, com os muitos
vizinhos que por aqui existiam.
O palco era
invariavelmente o campo da fábrica da Vista Alegre, que Ílhavo não tinha campo.
Mas estes entusiastas, que aspiravam a jogar oficialmente, abalançaram-se a alugar
um terreno que lhes permitisse jogar em casa. E conseguiram-no na Rua Nova, que é uma via
primitiva que conduzia à Matriz.
Começado em
Janeiro de 35 o “campeonato”, tendo agora um campo próprio, e tendo até um novo
nome, abalançou-se a esta aventura do futebol organizado, este novo clube. Mas
cedo estes atletas se cansaram do brinquedo. Arredios aos treinos, esquecendo
a cotização, e até alheando-se dos jogos, cedo fizeram com que o clube
acabasse. Está lá tudo, numa entrevista de 1936, do seu capitão à altura, Joaquim São
Marcos.
Citando o mau ano do clube, onde até o tempo não colaborou, e originou que o clube ficasse cheio de dívidas. O aluguer do campo atingia os mil quatrocentos e cinquenta escudos (!), e tornava-se um garrote. Isso, aliado à postura dos atletas, questionando tudo e todos, numa postura pouco adequada, que ele atribuía às raparigas, à vaidade, às famílias, e até ao comodismo, originavam aquele alheamento. Era o principio do fim do clube.
Citando o mau ano do clube, onde até o tempo não colaborou, e originou que o clube ficasse cheio de dívidas. O aluguer do campo atingia os mil quatrocentos e cinquenta escudos (!), e tornava-se um garrote. Isso, aliado à postura dos atletas, questionando tudo e todos, numa postura pouco adequada, que ele atribuía às raparigas, à vaidade, às famílias, e até ao comodismo, originavam aquele alheamento. Era o principio do fim do clube.
Mas não se
pense que neste período, o futebol era coisa só deste Ílhavo. Não, surgiu também
nestes finais dos anos 20 o Clube de Futebol Os Ilhavenses, iguaizinhos ao
Belenenses, e ainda o Marítimo Ilhavense. Equipas populares, já se vê, mas nem
por isso menos entusiastas.
O campo é que
desapareceu de vez, e hoje em Ílhavo, na sua freguesia sede do concelho, S.
Salvador, não existe um único.
A
caracterização física do concelho, com a ria a dividir o território, coloca-nos
as Gafanhas do outro lado da ria.
Nazaré (que
hoje é cidade), Encarnação e Carmo, também haveriam de dar ao futebol os seus
clubes. Mas isso já foi depois do 25 de Abril.
Só o Grupo
Desportivo da Gafanha surgiria antes, em 1957.
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